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Amamentação MUITO além da pega correta

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Quando falamos de amamentação, a primeira coisa que passa na cabeça de quase todas as mães é que o sucesso depende de conseguir a pega correta. Mas o sucesso verdadeiro na amamentação depende de muitas coisas, entre elas, de um balanço perfeito entre instinto e técnica. Leia este artigo para entender todo o contexto do mundo da amamentação e estar preparada para não cair nas armadilhas da cultura do desmame.

Sumário

Quando falamos de amamentação, a primeira coisa que passa na cabeça de quase todas as mães é que o sucesso depende de conseguir a pega correta.

Mas, o que poucas mães sabem é que o sucesso verdadeiro na amamentação depende de muitas coisas, e, superar as práticas atuais da nossa sociedade, que levam ao desmame precoce, é um dos principais fatores para ter sucesso na amamentação.

Muita gente chama essas dificuldades culturais, sociais, etc, de “cultura do desmame”, e, tenho que concordar, esse termo até que é bem adequado.

Vou levantar somente um questionamento antes da gente mergulhar de cabeça nesse mundo da amamentação.

Muita gente acha que é normal DOER e machucar o peito quando se amamenta. E muitos profissionais desatualizados continuam perpetuando esse mito.

Agora, pensa comigo, amamentar é uma coisa da natureza. Se doesse ou machucasse, você acha que os seres humanos teriam sobrevivido ao tempo das cavernas? É obvio que não!

Mas, como ninguém sabe nada sobre amamentação hoje em dia (principalmente os médicos!), é mais fácil dizer para as mães aguentarem (uma crueldade!) ou oferecerem leite artificial (outra sacanagem!).

Muitas mães passam horas, dias, semanas, em busca da tal pega correta, e não descobrem que amamentação vai muito além disso.

O sucesso na amamentação depende de um balanço perfeito entre instinto e técnica. Nem só instinto, nem só técnica, vão escrever uma história de amamentação de sucesso. Por isso, nesse artigo, vou falar um pouco de cada um. Assim, você vai entender todo o contexto do mundo da amamentação e vai estar preparada para não cair nas armadilhas da cultura do desmame!

História e Cultura da Amamentação

Amamentar faz parte dos seres humanos desde que o mundo é mundo. Leite materno é o alimento dos bebês de qualquer espécie de mamíferos. E não seria diferente com os humanos.

O que diferencia os seres humanos de outros animais? É que nós temos culturas. E são exatamente as nossas culturas que estão prejudicando a amamentação, principalmente, nas últimas décadas.

Vamos pensar no tempo em que todos os humanos viviam em tribos, o “tempo das cavernas”. As mulheres faziam atividades como coleta, plantação, geralmente as tarefas mais próximas da tribo. Os homens saíam para caçar, pescar, buscar alimento de maneiras mais “brutas”, que demandavam mais força física. Como as tarefas das mulheres costumavam ser mais “calmas”, quando havia um bebê, esse podia e ficava o dia todo junto da mãe. Diferentes povos ao redor do mundo tinham o hábito de amarrar os bebês junto ao corpo das mães.

Bebê indígena amarrado junto ao corpo da mãe, a origem dos atuais “sling” ou carregador.

Assim, o bebê estava protegido. Tinha acesso ao seio materno, podia mamar, podia dormir. Uma vida de puro instinto.

Porém, os anos foram passando, e a nossa cultura foi mudando. A partir de um momento, as mulheres tinham outras tarefas, as famílias outros costumes, já não dava mais para ficar com o bebê pendurado o dia inteiro.

As famílias começaram a viver cada uma na sua casa. Foi ficando cada vez mais comum que uma mulher se tornasse mãe sem nunca nem ter visto outra mulher amamentando. Ou seja, o primeiro contato dela com o mundo da amamentação era o dela mesma!

E, assim, pouco a pouco, a cultura e os conhecimentos instintivos sobre amamentação foram se perdendo, foram ficando para trás.

Nesse post, quero pontuar dois momentos importantes da nossa história que fazem toda a diferença na história da amamentação.

O primeiro momento começa lá na idade média. Nessa época, uma prática era extremamente comum: a amamentação cruzada. Basicamente, é quando uma mulher amamenta um bebê que não é seu filho.

Quando qualquer mulher não conseguia amamentar o seu bebê, podia recorrer a uma familiar, amiga, que assumiria esse papel. As mulheres da nobreza não queriam amamentar, então, outra mulher, geralmente uma escrava, ficava responsável por alimentar o bebê. Assim surgiram as amas de leite.

Escrava ama de leite, uma parte da história da amamentação.

Na época, o leite materno era o único alimento plausível para um bebê. Se não tivesse acesso ao leite materno, o bebê morreria de fome. Então, nada mais natural do que recorrer a uma mulher que estava amamentando, para que ela oferecesse o seu alimento para mais um bebê.

Essa prática da amamentação cruzada foi muito comum no mundo, inclusive no Brasil, até recentemente, na década de 1980.

Somente ficou menos comum depois que alguns vírus, por exemplo o HIV (o vírus da AIDS), foram descobertos na década de 90. Como havia risco de transmissão de doenças pelo leite materno, a prática passou a ser totalmente contraindicada pelos médicos.

Guarde toda essa informação que você já vai entender todo o contexto.

O segundo momento da história é mais recente que a idade média. Começa na revolução industrial, mas tem seu ápice após as grandes guerras de 1914-18 e 1939-45. O que aconteceu no século XX é que muitas vidas de homens foram perdidas nesses dois principais e diversos outros conflitos que aconteceram no mundo. Com menos homens, muitas mulheres precisaram sair de casa para assumir postos de trabalho em fábricas, daí o começo da história na revolução industrial.

Mulheres na linha de produção das indústrias.

Para a economia continuar funcionando, as indústrias não poderiam parar. Mas, se as mulheres precisavam sair de casa, o que fazer com bebês? Os bebês continuavam vindo ao mundo e precisavam ser alimentados.

Assim, teve origem um dos mercados que mais movimenta dinheiro no mundo até hoje: a alimentação infantil. Para suprir o papel da mãe, os primeiros leites artificiais surgiram.

E, acredite, um dos primeiros alimentos propagandeados como “substituto perfeito” para o leite materno foi o LEITE CONDENSADO! Não acredita?

Propaganda de leite condensado para bebês no começo do século xx.

Nesse site de propagandas históricas tem muitos outros exemplos!

Em uma época em que as pessoas não tinham geladeira dentro de casa, armazenar leite fresco era muito perigoso. Então, um leite que ficava dentro de uma lata era, naquele tempo, bem mais seguro.

Com a tecnologia que temos hoje, conseguimos ter clareza para dizer que aquilo era um absurdo. Graças a Deus, o mundo evoluiu.

Mas, infelizmente, sendo um mercado tão lucrativo em todo o mundo, estimado em 45 bilhões de dólares em 2014, desde 1900 não vale a pena incentivar as mães a amamentarem. Uma mulher que amamenta não está na linha de produção e não gasta dinheiro com leite artificial.

Claro que hoje em dia a fórmula infantil está muito mais evoluída que o leite condensado, mas, nem a fórmula mais moderna, ou a mais cara, chega aos pés da riqueza de nutrientes que é o leite humano.

Antes que eu receba uma agressão grátis, é lógico que eu sei que a fórmula salva algumas vidas, mas, o custo de não amamentar é tão grande, que promover a amamentação é uma medida de saúde pública mundial orientada pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

E onde eu quero chegar com tudo isso?

É que hoje, para amamentar, é preciso que a mulher vença não só a barreira da falta de informação como também toda uma cultura e uma indústria bilionária que vendem a grande mentira que a fórmula infantil é superior, ou, no mínimo, igual ao leite materno.

Um trabalho nem um pouco fácil, concorda?

Então, somamos a cultura do desmame, com mães que não tem conhecimento, que nunca viram outra mulher amamentar, que não podem mais praticar amamentação cruzada, com profissionais desatualizados, o resultado todo mundo já sabe: a média de tempo que os bebês são amamentados no Brasil é menos de 60 dias. Para vencer essa barreira, só tendo muita informação, muito conhecimento.

Bebês são puro instinto

Um dos grandes problemas que levam ao desmame é o choque entre o mundo do bebê e o mundo dos pais do século XXI.

O bebê é puro instinto. Ele precisa dos pais para qualquer coisa. Ele não faz nada sozinho. Ele precisa de segurança. Precisa de aconchego.

Os pais do século XXI são os pais da geração da tecnologia. Querem que o bebê fique o dia todo no berço. Querem que o bebê demande o mínimo possível.

Aí temos um choque. Quando o bebê quer passar o dia inteiro no colo, quer mamar o tempo todo, chora, etc, os pais ficam perdidos. Não sabem o que fazer.

Somamos isso à geração de avós que não amamentou, pronto: “dá logo uma mamadeira de leite com farinha para esse bebê! Você tomou e sobreviveu!”.

Os bebês são primitivos, eles continuam nascendo da mesma forma há milhares de anos: precisando de suas mães.

Antigamente, as mães estavam ali para eles. Hoje, não mais. Hoje as mulheres querem e precisam trabalhar.

Então, os instintos de como cuidar e alimentar um bebê foram ficando no passado.

E, assim como a cultura foi mudando, foram surgindo alternativas do “mundo moderno” para cuidar dos bebês.

É cadeira que balança sozinha, é chupeta para o bebê não chorar, é mamadeira para encher a barriga, é televisão, celular ou tablet com vídeos e jogos para distrair, são tantas coisas que o povo inventa que é até difícil de acompanhar.

Uma curiosidade sobre a chupeta, por exemplo, pra você entender como ela tem muito a ver com a cultura moderna, é que quando surgiu, ela era considerada um objeto prejudicial por alguns médicos e enfermeiras. Eles entendiam que a chupeta afastava o bebê da mãe, atrapalhava a amamentação, aumentava risco de infecções, entre outros problemas.

Mas, conforme o tempo passou, ela deixou de ser exceção e foi se tornando a regra das famílias modernas. Um bebê que chora menos, que demanda menos, é mais fácil e prático de ser cuidado.

O problema é que, como falei no começo do artigo, a amamentação é um balanço entre instinto e técnica. Então, quando a gente utiliza objetos que atrapalham os instintos, estamos atrapalhando a amamentação.

Golden Hour (Hora Dourada) e Pele a Pele

Dois tópicos que tem muito a ver com instintos são a Golden Hour e o pele a pele.

A hora dourada é a primeira hora de vida do bebê. Discutimos muito sobre o momento que o bebê chega ao mundo, o parto, mas discutimos pouco sobre o que fazer com o bebê assim que ele sai da barriga.

Fato é que nascer é um momento traumático para o bebê, ele sai de um ambiente totalmente protegido para um ambiente totalmente novo.

Se a primeira hora de vida for estressante, se ele não puder estar no colo da sua mãe, a forma como ele veio ao mundo, seja parto normal ou cesárea, não vai fazer tanta diferença. O bebê vai estar mais estressado.

Agora, se a primeira hora de vida do bebê for um momento calmo, aconchegante, onde ele e a mãe podem se conhecer e se conectar, novamente, a forma como ele veio ao mundo não vai fazer tanta diferença. O bebê vai estar mais calmo.

Antes que alguém fique brava comigo, esclareço: não estou entrando no mérito de outras vantagens do parto normal ou da cesárea. Estou falando puramente de instintos do bebê e de conexão com a mãe.

E, nesse quesito, a primeira hora de vida é muito mais importante.

Um bebê estressado tem níveis de hormônios de luta/fuga mais altos. Então, mamar não vai ser a prioridade do bebê nessas condições. A prioridade dele, instintivamente, é se manter vivo.

Já um bebê calmo, tem níveis de hormônios de luta/fuga mais baixos e hormônios do bem, como ocitocina, mais altos. Ou seja, ele vai estar muito mais propenso a mamar e a se conectar com a mãe.

Sem contar que os hormônios do estresse, da luta/fuga, fazem o bebê ficar com o coração mais acelerado, a respiração mais rápida, o açúcar do sangue descontrolado, ou seja, tudo aquilo que aumenta o risco do bebê ser separado da mãe e ser levado para observação médica em unidade intensiva.

Entendido isso, como deve ser uma hora dourada que beneficia o bebê e a mãe?

Ao sair da barriga, o bebê fica no colo da mãe, em pele a pele. E pele a pele quer dizer manter o bebê peladinho, sem roupas. O máximo que podemos fazer é colocar uma touca no bebê, para não perder calor pela cabeça. Por cima do bebê e da mãe, colocamos uma coberta, para manter o conforto dos dois.

Mãe e bebê em pele a pele na golden hour após o parto.

A pele do bebê, em contato com a pele da mãe, desencadeia uma cascata de reações no corpo dos dois.

Só para citar um exemplo, já que aqui não é o local de entrar nos mínimos detalhes, na mãe, é o momento que temos um grande estímulo para liberar ocitocina, que ajuda a liberar colostro e a contrair o útero após o parto, diminuindo o risco de sangramentos.

Já o ambiente, deve ser um ambiente calmo, silencioso, tranquilo. Assim, a mãe e o bebê tem paz para focar no que importa, um ao outro.

Quando temos uma primeira hora de vida tranquila, a chance dela resultar em amamentação é muito maior. E o sucesso do aleitamento na primeira hora está relacionado ao sucesso do aleitamento no futuro.

O que eu quero dizer com isso? Que quanto melhor começar a conexão entre o bebê e a mãe, quanto melhor começar a amamentação, maior a chance de sucesso dela no longo prazo.

Entendido isso, quero pontuar só mais uma coisa antes de entrarmos no próximo tópico.

Pele a pele é tão poderoso, tão sensacional, que tem efeitos positivos no bebê e na mãe durante vários meses e até anos. Inclusive, é uma das ferramentas que eu mais indico quando atendo duplas que estão com problemas na amamentação. Ou seja, não menospreze os instintos. É lógico que precisamos de muita técnica para a amamentação funcionar, mas, quando a técnica se alia aos instintos, é a maior chance de sucesso!

A Técnica Correta na Amamentação

Bom, agora que você entendeu todo o contexto da cultura do desmame, entendeu como os instintos são importantes e entendeu a importância de começar a sua história de amamentação com o pé direito, agora podemos começar a falar em técnica.

Por isso que esse artigo se chama “muito além da pega correta”. Porque de nada adianta você saber a técnica se você não estiver confiante, se você não entender todo esse contexto histórico que envolve a amamentação, se você não estiver preparada para vencer a cultura do desmame e a rede “de agouro”.

Eu poderia escrever um artigo bem rápido, dizendo “faça isso, isso e isso, e sua amamentação estará salva”. Mas aí eu estaria fazendo igual todo mundo que fala de amamentação por aí.

E eu não sou igual todo mundo. Eu entendo o quão frustrante pode ser não conseguir amamentar. Eu senti na pele a dor e as dificuldades. Eu senti na pele o que é não ter confiança na amamentação.

Por isso que eu te digo, técnica, sem contexto, não resolve amamentação. Você precisa estar preparada, você precisa estar blindada para ter sucesso nessa empreitada.

A maternidade é um mundo muito complexo, que a maioria das mulheres – e eu me incluo!! – só entende a real dimensão quando passa a vivê-la. E, se você está gestante, talvez só vai entender isso que estou lhe dizendo daqui a alguns meses. E está tudo bem. O importante é que você já tenha ouvido isso.

Você precisa de muita autoconfiança para passar pelo puerpério. É uma fase muito doida da vida de uma mulher, com hormônios a mil, e um ser humaninho que depende exclusivamente de você. É uma carga de responsabilidade nunca antes vivida.

E eu lhe falo isso como médica que estava acostumada a ter a vida dos meus pacientes na minha mão. Decisões entre a vida e a morte eram rotina. E eu tomava elas com facilidade. Mas, quando me entregaram um bebê no colo, “toma que o filho é teu”, meu mundo virou de cabeça para baixo.

Eu não tinha me preparado para aquilo, eu não sabia nem por onde começar. Por isso, preste muita atenção no que vou te falar agora: amamentar é a maior tarefa que você vai fazer como recém mãe. E a única que só você pode fazer pelo seu filho.

Por isso que eu acho tão importante que a gente se prepare para essa tarefa. Se sua amamentação estiver indo bem, todo o resto das responsabilidades com um bebê ficam mais leves. Se a amamentação estiver indo mal, tudo vai estar confuso e bagunçado.

Não menospreze a importância da amamentação para a sua saúde mental no puerpério! Você vai precisar muito dela! Porque no meio de turbilhão de hormônios, dor (seja no períneo, seja na cesárea), noites mal dormidas, se você encontrar aconchego e paz na hora de alimentar o seu filho, a sua saúde, física e mental, vai agradecer, e muito!

Entendeu porque amamentação é muito mais que pega correta? Tenho certeza que sim! E, agora, eu quero te apresentar a minha forma de ensinar sobre a pega correta, que é a “pega correta da Drª Gi”.

“Pega Completa” – A Pega Correta da Drª Gi

Para mim, assim como a amamentação é dividida em três pilares (mãe, bebê e mamada), assim como o meu método é dividido em três etapas (resetar, reforçar e reavaliar), a minha forma de explicar a pega correta é dividida em três partes: antes, durante e após a mamada.

Ahn? Como assim? Como que algo que vem antes da mamada pode ter a ver com a pega correta?

Para mim, se uma amamentação está com problemas, seja um bebê que não ganha peso, seja uma mãe com dor, seja o que for, não podemos dizer que existe pega correta!

Eu fico doida cada vez que uma mãe me manda mensagem dizendo: “Fulana já viu e disse que a pega está correta, mas eu ainda sinto dor”. Mas, se você sente dor, não é possível que a pega esteja correta, ora! Uma coisa é incompatível com a outra!

O que acontece é que a maioria das pessoas ensina e fala sobre a pega correta como uma fotografia do bebê na hora da mamada. Como se a posição em que estão os lábios fosse suficiente para dizer que a amamentação está acontecendo da forma correta!

Comparativo entre um peixe com boca aberta e uma pessoa fazendo boca de peixinho.

Quer ver mais uma coisa que eu quero morrer?! Boca de peixinho! Quando você fala em “boca de peixinho” todo mundo lembra daquela careta que se faz desde criança.

Então, quando a gente imita uma boca de peixe, é uma boca pequena, fechada!!!

Não consigo entender porque continuam fazendo essa comparação, sendo que, para mamar bem, um bebê precisa estar com a boca bem aberta!!

Pra mim, seria mais fácil dizermos que a pega correta tem “boca bem aberta, com lábios virados para fora”. Assim, pelo menos, não confunde os desavisados.

Sem contar, que hoje sabemos que o lábio superior pode ficar neutro durante a mamada, mas aí já é assunto para outro post!

Mas, voltando, isso é só a fotografia, é só um momento da mamada.

Uma pega correta depende da mãe conhecer os sinais de fome do bebê, e amamentar antes do bebê estar chorando, irritado. Um bebê irritado é muito mais difícil de mamar bem. Além da questão física, é um bebê que está com cortisol e adrenalina altos, o que atrapalha ele de relaxar na hora de mamar e fazer uma mamada efetiva. Por isso, na Pega Completa, temos a fase ANTES.

Além disso, a pega correta depende de mãe e bebê estarem bem posicionados. Mãe precisa estar confortável, não pode estar toda torta para dar mamá. Se você precisa ficar toda torta e tem medo de se mexer já que “finalmente ele pegou o seio”, eu tenho certeza que existe algum problema na sua amamentação!

Mãe em posição incorreta para amamentação, sem suporte, sem conforto.

O bebê precisa estar bem alinhado, com bom suporte no corpinho, se sentindo seguro para mamar bem. Compare com você mesma: tente tomar um gole de água com a cabeça virada, olhando para o lado. É mais difícil do que tomar um gole de água com a cabeça alinhada, olhando para frente, não é?

Além disso, você já pensou em se alimentar enquanto anda de montanha-russa? Lógico que não, não é?! Porque na montanha-russa você está se sentindo instável, você está preocupada em se manter viva, não em se alimentar. É dessa forma que o bebê se sente quando ele não tem estabilidade, suporte para mamar.

Por isso é tão importante que o bebê esteja pertinho de você, com a barriguinha bem apoiada, com suporte nos pés. Tudo isso gera sensação de estabilidade e o resultado é um bebê mais calmo, mais propenso a mamar bem.

Lógico que, conforme eles crescem, e aprendem a mamar, eles mamam até de ponta-cabeça! Mas, um recém-nascido, que está começando a descobrir o mundo, tem muito mais chance de sucesso para mamar se receber esse tipo de cuidado.

Isso tudo tem a ver com a pega correta! E tudo isso acontece ANTES do bebê efetivamente plugar no seio da mãe!

Quando o bebê pluga é onde está o foco da imensa maioria dos profissionais da amamentação. E aqui, o importante é você entender duas coisas: a fotografia e o vídeo, o estático e o dinâmico.

As pessoas em geral focam muito na fotografia e esquecem do vídeo. E o vídeo é mais importante que a foto!

Um bebê pode estar com a boca bem aberta, os lábios para fora e não estar mamando bem. E só vamos perceber isso se prestarmos atenção nos movimentos que ele faz.

Por exemplo, se o bebê usa os lábios para ajudar a “segurar o peito na boca”, isso é uma compensação, ou seja, existe um problema na pega.

Então, se nós limitarmos o termo “pega correta” à aparência do bebê no peito, estamos perdendo muita informação! Por isso, a “pega correta da Drª Gi” é muito mais completa, daí vem o nome dela, Pega Completa!

Um bebê precisa mamar relaxado, movimentando o queixo de maneira complexa, como os movimentos das engrenagens de uma locomotiva, sem forçar os lábios para segurar o peito, sem estalar, sem se engasgar.

Movimentos complexos que o queixo do bebê faz quando o bebê está mamando corretamente, lembrando uma locomotiva.
Movimentos complexos que o queixo do bebê faz, lembrando uma locomotiva.

Se o seu bebê mama agitado, fazendo barulhos, mexendo o queixo só para cima e para baixo, como se estivesse “mastigando” ou mordendo, não importa como a fotografia da posição dele está, com certeza existe um problema e precisamos encontrar onde ele está!

Depois de mãe e bebê bem posicionados, depois de entender que precisamos olhar a fotografia e também o vídeo do bebê no peito, temos a fase do após mamada.

Quando um bebê “despluga” do peito é quando vamos ter informações valiosíssimas sobre aquela mamada.

Primeiro de tudo, se o mamilo sai amassado, achatado, como uma ponta de batom novo, independente da forma que o bebê estava mamando, independe se ele estava com a boca bem aberta, os lábios para fora, independentemente de tudo isso, se o bico do peito sai amassado, com certeza existe algum problema na pega!

Mamilo (bico do peito) amassado após mamada, o chamado mamilo em “ponta de batom”.

Pode ser que a pega estava superficial, pode ser que o bebê não estava bem posicionado, pode ser que precise ficar mais assimétrico, pode ser que ele tenha disfunção oral, pode ser que ele tenha um torcicolo, pode ser que ele tenha a língua presa. Enfim, podem ser muitas coisas.

O que não pode é dizer “a pega está correta, mas meu bico do peito sai amassado, parecendo uma ponta de batom”. Se o bico do peito sai amassado, temos algum problema, então a pega não está correta!

Além disso, também precisamos entender o comportamento do bebê após as mamadas. Um bebê que mama bem, que enche a barriga, que não faz um esforço maior que o necessário para mamar, termina a mamada relaxado, tranquilo, calmo.

Um bebê que termina a mamada tenso, choroso, irritado, não mamou bem e ponto. Não existe “a pega está correta mas ele não acalma no peito”. Se ele não acalma no peito, existe algum problema e precisamos entender qual é.

Os intervalos que os bebês fazem entre as mamadas também são um grande indicativo do andamento da amamentação, e também fazem parte da minha forma de ensinar e falar sobre a pega correta.

Um bebê que fica 40-50 minutos mamando, sai do peito e chora para mamar novamente depois de 30 minutos, com certeza, não está mamando bem. Independentemente do que você possa pensar sobre a pega, essa mamada não está funcionando.

E, uma mamada que não está funcionando, é um bebê que não está se alimentando.

Lógico que precisamos entender que os bebês estão vivendo a exterogestação, que eles querem colo, cuidado, carinho. Mas não podemos normalizar e dizer que está tudo bem um bebê se alimentar dessa forma.

Vou lhe dar um exemplo para você entender o que eu quero dizer. Um bebê mama da seguinte forma: fica 50 minutos no seio, faz intervalos de 20-30 minutos, acorda já chorando, não tem um momento calmo, passa o dia inteiro assim. A mãe pede ajuda, as pessoas dizem “é assim mesmo”, ou “é normal”, ou “o meu também fazia”.

Na melhor das hipóteses, passa o tempo, a produção de leite da mãe cai, o ganho de peso começa a ficar devagar, e acontece um desmame precoce. Na pior das hipóteses, passam alguns dias e o bebê está desidratado e precisa internar no hospital.

Uma possível raiz para os problemas com a mamada: disfunção oral. O bebê tinha dificuldade para mamar. E, como a mãe achava que “era normal”, não teve ajuda a tempo de salvar a amamentação e, pior, o seu bebê não recebeu o tratamento adequado.

Um bebê com disfunção oral pode ter dificuldade na hora da introdução alimentar, para falar, para respirar. São muitos prejuízos, que podem acompanhar o bebê por toda a vida. Então, precisamos tratar a amamentação com seriedade, e entender que, se o padrão de mamadas do bebê está estranho, precisamos investigar.

Outras possíveis origens para o problema são, além das disfunções orais: pega inadequada, atraso na descida do leite, mãe com alguma variação de anatomia que dificulta a amamentação, entre várias outras coisas.

Não existe “a pega está correta, mas ele mama o tempo inteiro, sem intervalos”. Analisar a amamentação dessa forma é superficial, é leviano, é perigoso.

Reforço, se o padrão das mamadas e intervalos do seu bebê está estranho, é preciso investigar o que está acontecendo!

Além disso, no grupo de análises que precisamos fazer após a mamada, entram também as fraldas do bebê, ou seja, se o bebê está fazendo xixi e cocô direitinho.

Dizer que “um bebê que mama no peito pode ficar 7 dias sem fazer cocô e tudo bem, porque o leite materno é muito bem aproveitado”, ao meu ver, é outro perigo.

No primeiro mês de vida, enquanto a amamentação está se estabelecendo, ao mesmo tempo que o volume de leite que a mãe produz aumenta, e o estômago do bebê também cresce, o bebê que mama no peito precisa, sim, fazer cocô todo dia.

Isso é um grande sinal de que tudo está caminhando bem na amamentação.

Fralda com cocô normal de bebê recém-nascido, amarelo mostarda com grumos.

Depois do primeiro mês, ficar alguns dias sem fazer cocô, pode até ser considerado normal por muita gente, mas, para mim, ainda é discutível.

Hoje em dia falamos muito sobre a saúde do intestino, sobre as bactérias do bem que moram com a gente. Um intestino saudável funciona com regularidade. Ficar vários dias sem fazer cocô pode significar um intestino que não está saudável.

Por isso, temos que ter muito cuidado quando falamos de fraldas de bebês! A saúde do nosso intestino tem muito a ver com a saúde do nosso corpo!

Agora, falando em xixi, também é importante que os bebês façam bastante xixi. Fazer xixi demonstra que o bebê está bem hidratado. E, como a maior parte do leite é água, significa que ingeriu uma boa quantidade de leite.

Um bebê que faz pouco xixi, provavelmente ingeriu pouco leite.

Uma quantidade razoável de xixi, na primeira semana de vida do bebê, conforme ensina a UNICEF do Reino Unido, são 2 a 4 colheres de sopa de xixi por troca de fralda.

Conforme os dias passam, esperamos cada vez mais fraldas molhadas, sendo pelo menos uma no primeiro dia, e pelo menos seis fraldas por dia, do quinto dia de vida em diante.

Uma forma interessante para pegar o jeito e saber se uma fralda tem xixi ou não, é colocar essa quantidade de água em uma fralda limpa. Assim, você vai aprendendo, se acostumando com a sensação e o peso de uma fralda molhada.

Existem vários outros pontos que eu acho importante de falar quando falamos de pega correta, mas, para não deixar esse artigo tão longo, eu vou ficar com esses que eu já falei.

Por isso que vou reforçar: para mim, só existe pega correta se a amamentação está caminhando bem, mãe e bebê saudáveis e felizes.

Agora eu tenho certeza que você entendeu porque a “pega correta da Drª Gi” é muito mais complexa do que o que você lê sobre pega correta por aí, e porque eu levo em consideração o antes, o durante e o após a mamada. Não basta olharmos uma fotografia de um bebê mamando, com lábios virados para fora e boca aberta, só isso não garante uma mamada efetiva e uma amamentação sem problemas!

As Posições Para Amamentar

Um último tópico que eu quero abordar nesse artigo, para que ele não fique (ainda!) mais extenso, são as posições para amamentar.

Eu falei no tópico anterior que, para que a amamentação funcione, para que você consiga uma pega correta, é muito importante que você e seu bebê estejam bem posicionados.

Quando eu falo de mãe bem posicionada eu quero dizer o seguinte: confortável, com bom apoio nas costas, com apoio na lombar, com apoio para os pés, com algum local para repousar os braços e dividir o peso do bebê.

Esse conforto pode ser atingido em praticamente qualquer posição para amamentar que você encontra desenhada por aí.

Mas tem uma coisa que não é qualquer posição para amamentar que vai te dar: uma visão clara e direta de como o seu bebê está mamando.

E uma visão clara e direta de como o seu bebê está mamando é muito importante, principalmente no começo, quando você e seu bebê estão aprendendo essa nova atividade que é a amamentação.

Por isso que eu recomendo que, enquanto estamos vivendo as primeiras semanas, a nossa curva de aprendizado, nós devemos focar em aprender muito bem a posição mais fácil. E, deixamos para depois, para variar e aprender a utilizar outras posições.

Eu costumo comparar isso tudo com dirigir. Quando você começa a dirigir, você anda devagar, em ruas mais vazias. Conforme você vai aprendendo, vai pegando o jeito (a curva de aprendizado!), você começa a se aventurar nas avenidas mais movimentadas e na estrada.

É preciso fazer o básico bem feito, para depois passar para o avançado.

E a posição em que é mais fácil de aplicar os fundamentos da técnica, de garantir uma mamada efetiva, é a posição tradicional invertida.

Pega correta na posição tradicional invertida para amamentação.

Ela é tradicional porque a mãe está sentada e o bebê está vindo na frente dela, praticamente na horizontal. Mas ela é invertida porque trocamos as mãos.

Você já vai entender. Na posição tradicional pura, a mãe apoia a cabeça do bebê no antebraço do mesmo lado do seio que vai oferecer, e segura o seio com a mão contrária do seio que vai oferecer. Assim:

Posição tradicional para amamentação.

Na posição tradicional invertida, as mãos vão ser trocadas. A mão que segura o seio é a do mesmo lado do seio que vai ser oferecido, e a mão que segura o bebê é a contrária. Por isso que ela se chama “tradicional invertida”. É tradicional com AS MÃOS invertidas.

Inverter as mãos traz algumas vantagens. A primeira e maior delas é que, segurando a cabeça do bebê com a nossa mão, temos muito mais destreza do que apoiando no antebraço.

Segunda vantagem, quando apoiamos a cabeça do bebê no antebraço, a tendência natural do movimento é aproximar primeiro a testa do bebê do seio, como se estivéssemos “enterrando o rostinho do bebê no peito”. Quando seguramos com a mão contrária, a natureza do movimento é aproximar o queixo do bebê do seio, o que garante um posicionamento muito melhor, mantendo o nariz mais livre.

Terceira vantagem, quando o bebê está na posição tradicional, e você coloca a mão entre você e o bebê para oferecer o seio, você está quebrando a regra de deixar o seu bebê bem encostadinho, bem estável no seu corpo. Quando a mão que vai oferecer o seio vem de fora, você consegue manter o bebê bem grudadinho e mesmo assim moldar o seu seio da melhor maneira a facilitar a pega.

A quarta vantagem que vou citar dessa posição é que o campo de visão da mãe é o melhor possível. Então você tem muito mais condições de avaliar se o seu bebê está mamando bem ou não.

Quando tentamos amamentar na posição de bola de futebol americano (ou invertida), ou na posição reclinada (ou laid back), ou na posição deitada, não vamos ter uma boa visão do que acontece no seio. Então, é melhor deixar para usar essas posições mais para frente, quando você já está tranquila de que seu bebê está mamando bem e de que a amamentação está caminhando bem.

Posição invertida de amamentação também chamada de “bola de futebol americano”.
Posição invertida ou “bola de futebol americano”.
Posição para amamentar reclinada ou laid back.
Posição reclinada ou laid back.

Para fechar esse assunto das posições para amamentar, uma das posições que as mães mais querem saber se podem fazer ou não, é amamentar deitada.

Amamentar deitada tem inúmeras vantagens, pois a mãe pode descansar, muitas vezes se o bebê pega no sono, não precisa trocar de local, se a mãe pega no sono, também está tudo bem. É, sim, uma ótima posição para amamentar.

Importante destacar que você deve estar confortável, com apoio de travesseiros ou almofadas na sua cabeça, e o seu bebê deve estar virado para você, na ideia do barriga com barriga. Deixar o bebê de barriga para cima, e só a cabeça virada para a mãe, não é a maneira correta de se posicionar para amamentar deitada.

Posição correta para amamentar deitada.

Estar deitada é uma ótima posição para amamentar. Mas, é uma ótima posição para amamentar quando tudo já está caminhando bem. Por isso, foque em aprender direitinho nas primeiras semanas, coloque sua amamentação no rumo certo, estando tudo bem, rapidinho você pode curtir os benefícios de amamentar deitada e relaxar junto com o seu bebê.

Um grande mito que envolve a amamentação deitada é o risco de otite, a inflamação ou infecção do ouvido. Muitas pessoas ainda falam que amamentar deitada pode dar otite no bebê. Mas isso não é verdade. Amamentar deitada não aumenta risco de otite.

O que aumenta risco de otite é oferecer mamadeira com o bebê deitado. A mamadeira não funciona da mesma forma que o peito e o leite artificial não é um alimento vivo, cheio de defesas naturais, como é o leite materno. Por isso, se você alimenta o seu bebê com mamadeira, é importante fazer isso com o bebê elevado, assim reduz o risco de infecção no ouvido, a otite.

Conclusão

Ufa! Lembra que lá no começo do artigo, eu lhe falei que era amamentação [muito] além da pega correta? Tenho certeza que você entendeu por que.

Falar somente de pega correta é muito superficial. Cumprir os requisitos de uma pega correta – a tal “boca de peixinho” como se fala por aí – não é tão difícil.

Se amamentação de sucesso fosse “boca de peixinho”, era muito fácil. Eu mesma teria tido sucesso na minha história de amamentação, já que, na época, eu ouvi de mais de um profissional que “a pega dele está certa, então deve funcionar”.

O problema é que só estava se avaliando a “fotografia”. Todo o contexto da amamentação, a minha dificuldade com produção de leite, a minha depressão pós-parto, a minha falta de confiança, os choros inconsoláveis, as mamadas intermináveis e sem intervalos, os mamilos continuamente machucados, as fraldas com pouco xixi, os dias sem fazer cocô, enfim, tudo isso e muito mais, não estava sendo colocado na conta.

Por isso que, para mim, falar de amamentação é muito mais complexo do que falar de pega correta. Não existe pega correta quando uma mãe sente dor, não existe pega correta quando um bebê não mama bem, não existe pega correta se houver algum problema com a dupla.

A mãe é a pessoa que está com o bebê a maior parte do tempo. A mãe que carrega a responsabilidade de alimentar o bebê. Se você, mãe, sente que algo não está indo bem, é porque não está.

Eu tive um professor de Pediatria na faculdade de Medicina, na UBS do Hospital de Clínicas de Porto Alegre que falava exatamente isso, e só entendi, realmente, as palavras dele no dia que virei mãe: “se a mãe se queixar que algo está errado, provavelmente tem algo errado, porque ela conhece muito melhor o filho dela do que vocês, que vão ter um contato breve durante a consulta.

Então, se vocês não encontrarem nada de errado hoje, não ignorem. Validem o sentimento da mãe. E digam que hoje vocês não encontraram nada, mas que nós vamos revisar em alguns dias para ter certeza de que está tudo bem.”.

É assim que hoje eu trabalho, para levar essa palavra para você, mãe: se você sente que tem algo errado com seu bebê ou com você, busque ajuda!

Busque uma, duas, três opiniões se for necessário. Eu tive as minhas queixas ignoradas e os meus sentimentos e angústias invalidados por diversos profissionais, e sei o quanto isso pode ser devastador.

Só encontrei um pouco de paz na maternidade quando me senti ouvida e acolhida pelos profissionais que depois encontrei nessa jornada. Hoje, eu sou mais forte e mais confiante em mim mesma. E é esse sentimento que eu quero que você tenha com a sua maternidade e a sua história de amamentação!

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Quem escreve esse blog?

A Drª Gi é a pessoa por trás do projeto Mamá Sem Dor. Uma mãe, médica, IBCLC, que se apaixonou por esse mundo da amamentação e resolveu compartilhar com você tudo que já aprendeu e tudo de novo que aprende a cada dia.