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Como montar enxoval de bebê sem arruinar sua amamentação: 12 dicas essenciais!

Como montar enxoval de bebe gastando pouco e de forma inteligente
Você está perdida com a quantidade de produtos que existem para bebês? Toda hora é uma novidade! A gente não sabe nem por onde começar, não tem ideia de como montar enxoval de bebê. Então, leia este artigo para saber como montar o seu enxoval sem arruinar a sua amamentação.

Sumário

O comércio mundial de produtos para bebê é imenso, gira bilhões de dólares todos os anos. Toda hora temos uma novidade diferente. E, com isso, a gente não sabe nem por onde começar! Não tem nem ideia de como montar enxoval de bebê!

Se a gente se deixa levar pela emoção, na hora que o bebê chega, a gente não tem dinheiro nem para pagar as contas e os boletos.

Isso acontece porque as empresas não estão brincando em serviço, e praticamente tudo que elas fabricam para bebês é muito fofinho, e temos vontade de comprar tudo.

Em busca de saber o que é essencial, muitas mães e pais pesquisam sobre como montar o enxoval do bebê gastando pouco. Mas, infelizmente, muitas dicas que estão por aí vão arruinar a história de amamentação das mães desavisadas.

A imensa maioria das pessoas está preocupada em vender, não em saber se o seu produto atrapalha a amamentação ou não, se faz bem para o bebê ou não.

Um fato é real e comprovado: mais de 90% das mães no Brasil desejam amamentar. Então, tenho certeza que você também deseja!

E, sabendo disso, eu escrevi esse artigo. Pois, mais importante que saber como montar o enxoval do bebê gastando pouco, é saber onde investir de maneira inteligente, sem gastar em produtos que só vão arruinar sua amamentação ou em produtos que podem até ser perigosos para o seu bebê!

Para otimizar o investimento dos pais em um momento tão delicado da vida, coloquei neste artigo 12 dicas muito importantes que precisamos saber quando estamos montando um enxoval.

Se a gente não gasta dinheiro com porcarias, sobra mais dinheiro para investir naquilo que realmente vale a pena e pode fazer a diferença!

Aqui você vai encontrar 4 dicas de produtos onde NÃO VALE A PENA gastar dinheiro, pois são coisas que só atrapalham a amamentação.

Depois, 4 dicas de produtos onde VALE A PENA investir o seu dinheiro, pois são produtos que realmente ajudam na amamentação.

E por último, mais 4 dicas de produtos gerais para o enxoval do bebê, que, ou não estão diretamente ligados à amamentação, ou não necessariamente são úteis para todas as mães.

Se você tiver curiosidade maior sobre algum tópico específico, pode ler diretamente sobre ele. Mas, eu recomendo que você leia tudo, com calma, e na ordem, assim você vai ficar muito mais bem informada.

Conhecimento liberta as mães! Quando você tem conhecimento, você não cai em armadilhas, não acredita em mitos, e tem capacidade de perceber que a maioria das coisas que as blogueiras indicam por aí vão, na verdade, te atrapalhar muito mais que ajudar.

Vamos às dicas, então!

Como montar enxoval de bebê?

Existem inúmeras respostas para essa pergunta. Então, aqui no artigo, quis trazer uma visão diferente de todo mundo, falando principalmente de produtos que tem a ver com a amamentação!

Vou começar o artigo falando sobre os 4 produtos que só vão te atrapalhar e trazer muito mais problemas do que soluções.

Depois, vou continuar falando sobre os 4 itens onde vale a pena investir o nosso suado dinheirinho.

Por fim, vou trazer as 4 dicas extra, de produtos gerais para o enxoval, que ou não estão diretamente ligados à amamentação ou não necessariamente são úteis para todas as mães. Vamos seguir a mesma linha de raciocínio do artigo. Primeiro um produto ruim, depois produtos bons, e, por último, dica geral. Como são dicas extra, vou ser mais breve nas explicações e detalhes.

Bico intermediário de silicone para amamentar

Vou começar essa lista com um dos campeões de buscas na internet, de compras de madrugada em farmácias, e de mal uso pelas mães: o bico intermediário de silicone para amamentar.

O bico intermediário é, basicamente, um pedaço de silicone, com formato de mamilo. A ideia é que a mãe coloque por cima do seio dela para amamentar.

Bico intermediário de silicone para amamentar, foto do produto, foto colocado no mamilo. Como montar enxoval de bebê.

As promessas são que com o bico de silicone: o bebê não machuca a mãe, o mamilo da mãe fica protegido, o bebê mama melhor, quando a mãe tem mamilos planos ou invertidos o bico de silicone ajuda o bebê a mamar, ajuda a cicatrizar mamilos feridos, entre muitas outras falsas promessas.

A realidade é que o intermediário de silicone é um bico artificial. E como qualquer bico artificial, ele atrapalha a vida do bebê e da mãe.

Vou te explicar algumas das consequências negativas do uso do bico intermediário e você vai entender porque ele tem que passar bem longe do enxoval do seu bebê, ou, melhor, bem longe da boca do seu bebê!

Quando um bebê suga um bico artificial, os movimentos da boca e da língua não são tão complexos como sugando o seio da mãe. Sugar dessa forma diferente gera o risco de confusão de bicos.

Confusão de bicos é quando o bebê não sabe direito o que fazer no seio da mãe, já que acabou aprendendo uma forma mais fácil de sugar em um bico artificial (chupeta, mamadeira ou bico intermediário de silicone).

O bebê tenta reproduzir, no seio, esses movimentos mais simples que ele faz no bico artificial, mas, acaba se frustrando, pois com esses movimentos errados e musculaturas mais fracas, ele não consegue mamar.

Confusão de bicos é real e enterra histórias de amamentação todos os dias.

Além da confusão de bicos, o intermediário de silicone é uma barreira física entre o seio da mãe e a boca do bebê. Quando seio e boca não entram em contato direto, temos menos estímulo para produção de hormônios da amamentação, menos estímulo para produção de leite.

O encontro de boca e peito também é importante para a saliva do bebê sinalizar para o corpo da mãe como está o bebê. Por exemplo, se o bebê está doente, com alguma virose, as defesas da mãe já recebem o sinal através da saliva e o leite começa a mandar fatores de proteção da mãe para o bebê. A mágica da natureza.

Outra questão muito importante, quando a mãe usa o bico, o bebê fica praticamente forçado a fazer uma pega superficial, só na região do mamilo da mãe.

Quando o bebê acopla mal, superficial, só no mamilo, ele não mama corretamente, não extrai uma boa quantidade de leite. Se não temos uma boa saída de leite, não temos fator fundamental da amamentação. Se não temos fator fundamental, não temos produção de leite.

Além disso, quando o bebê acopla superficial, ele machuca o seio da mãe. Amassar o mamilo com a língua sempre machuca, mesmo que tenha uma camada de plástico em cima do peito.

É muito melhor que o seu bebê aprenda a mamar sem nada entre ele e o peito. Melhora a retirada de leite, aumentam os hormônios da produção de leite, temos mais estímulo para produção de leite, além de ser bem mais prático.

O pediatra canadense Jack Newman descreve o uso do intermediário de silicone da seguinte forma, que eu adoro: não existe nada que o bico de silicone se propõe a fazer, que não seja feito melhor sem ele. Leia mais do Dr. Jack Newman e intermediário de silicone aqui.

Ou seja, vamos investir em conhecimento, em técnica correta, saber se posicionar, posicionar o seu bebê, vamos entender de amamentação. Com certeza vai ser muito mais efetivo do que colocar um pedaço de plástico entre você e o seu bebê.

Então, primeira dica de como montar enxoval de bebê sem arruinar sua amamentação: ficando longe de bico intermediário de silicone.

Concha de amamentação

O segundo tópico é outro campeão de buscas na internet e compras em farmácias. A concha de amamentação.

Vou começar explicando rapidamente o que é a concha. A concha é um objeto de silicone para ser colocado entre o seio e o sutiã. Ela tem um formato de semicírculo quando a gente olha ela de lado, ou seja, um lado curvo e outro reto. O lado reto tem um furo no meio, onde deve ser posicionado o mamilo.

Concha de amamentação para os seios feita de silicone que promete proteger mamilos machucados. Como montar enxoval de bebê.

Basicamente, as empresas vendem dois tipos de concha, com “finalidades” diferentes. A primeira é com a base (a parte reta) rígida, um plástico mais duro, e a segunda é com a base flexível, um silicone mais maleável.

A de base rígida se vende prometendo que ajuda a formar mamilo quando usada antes do parto. E a de base flexível promete que protege os mamilos sensíveis ou machucados de contato com o sutiã, segundo os fabricantes, acelerando a cicatrização.

Parece ser maravilhosa, não é? Mas agora vamos à realidade.

Primeiro, a de base rígida. Existem outros produtos no mercado que prometem formar mamilo, como Niplette e Supple Cups. Esses dois fazem um vácuo no mamilo bem mais intenso que o trabalho de uma concha de base rígida.

Se nem esses produtos conseguem provar, sem sombra de dúvidas, que são efetivos mesmo em formar mamilo, uma concha, que não faz pressão nenhuma, que não vai ser, né?

Ou seja, concha de base rígida, zero benefício, não tem motivo para gastar dinheiro com isso.

Agora vamos falar da concha de base flexível. Essa, além de não ter benefícios, ainda pode trazer riscos, então, é bem importante você ler com atenção as próximas informações.

A concha de base flexível os vendedores indicam para ser usada durante a amamentação. Mas, quando a mãe coloca a concha dentro do sutiã, algumas coisas acontecem.

Primeiro, a concha aperta a aréola de uma forma contínua, isso aumenta inchaço na região, que dificulta para o bebê fazer uma pega adequada. Além disso, essa pressão com inchaço aumenta o risco de ter ductos obstruídos.

Quando a mãe tem machucados nos mamilos, as pessoas indicam “usa concha, evita o contato com o sutiã e melhora mais rápido”. Mas a realidade não é essa. Quando a mãe está com a concha, conforme o sutiã vai fazendo pressão, o mamilo encosta na parede da concha, ou seja, já não adiantou nada.

Além disso, a região do mamilo e aréola fica quente e úmida, pois os buraquinhos não ventilam o suficiente. Quando essa região fica quente e úmida, aumenta o risco de infecções por fungos e bactérias. Ou seja, maior risco de candidíase e mastite.

Ou seja, além de não trazer benefícios, as conchas de base flexível ainda trazem risco de mais complicações.

Portanto, não use! Não gaste seu dinheiro com conchas de amamentação!

Se você tem mamilos planos ou invertidos e quer tentar algo antes de ter filhos para melhorar isso, melhor usar um produto que trazem alguns tipos de benefícios como o Niplette e o Supple Cups, do que gastar dinheiro com algo que não tem chance nenhuma de ajudar.

E, se você já está amamentando, está com os mamilos feridos, e está pensando em comprar uma concha para proteger, tenho alguns recados.

Primeiro, feridas não são normais, então precisa entender porque o seu bebê está te machucando enquanto mama. E, segundo, enquanto entende e resolve o problema, melhor usar fraldinhas de algodão para proteger os mamilos, mais efetivas e menos arriscadas.

Logo mais aqui no artigo eu vou falar sobre elas, então, continua aqui comigo.

Segunda dica de como montar enxoval de bebê sem arruinar sua amamentação: ficando longe de conchas de amamentação.

Chupeta

Chupeta tradicional e ortodôntica.

A chupeta. Todo santo dia que eu caminho na rua, eu passo por mais bebês e crianças usando chupeta do que não usando. Então, às vezes, eu me pergunto se vale a pena seguir comprando essa briga, que parece estar completamente perdida.

Depois eu penso que, se eu falar 100 vezes sobre a chupeta, e conseguir convencer UMA família a não usar, já vai ter valido a pena.

Vou começar do começo para você entender essa história.

Objetos de conforto são usados por crianças há centenas de anos. Mas eram objetos aleatórios, como paninhos, bichinhos feitos de pedra ou metal, esse tipo de coisa.

Foi em 1901 que Christian W. Meinecke patenteou, nos EUA, o primeiro objeto que lembra uma chupeta de hoje. Na época, fazia pouco tempo que o homem tinha começado a utilizar o látex, a borracha, e esse material pareceu ser mais propício para um bebê sugar.

Na época, o uso da chupeta não era aprovado por médicos, enfermeiras, parteiras. E poucos pais eram adeptos.

Os riscos de contaminação, por sujeira mesmo, que aumentavam a chance de diarreia e outras doenças infecciosas, que matavam muitas crianças na época, eram uma grande preocupação.

Agora, acelera para os anos 1940/1950. Nessa época, mais mulheres começaram a sair de casa para trabalhar. Os índices de aleitamento materno começaram a cair muito. Os índices de uso de mamadeiras com leite artificial começaram a disparar.

Nesse contexto, um bebê que ficava longe da mãe o dia todo, precisava de algo para saciar a necessidade de sucção.

Como, na época, a preocupação com amamentação não existia, já que as pessoas acreditavam que o leite artificial era maravilhoso, os índices de uso de chupeta também dispararam.

Infelizmente, de lá para cá, a imensa maioria das famílias julga a chupeta como algo necessário na vida do bebê.

Porém, conforme os anos passaram e começamos a estudar mais, começamos a entender que usar chupeta traz muitos problemas, e não só para a amamentação.

Vou falar primeiro da amamentação, que é o foco do artigo, depois falo dos outros problemas.

Primeiro de tudo, para uma boa produção de leite, precisamos de um bom estímulo. Bebê com chupeta na boca, mama menos vezes ao dia. Mama menos vezes, menos estímulo, menos produção. Mama menos vezes, come menos. Come menos, ganha menos peso.

Além disso, chupeta gera a confusão de bicos, que já expliquei de maneira resumida quando falei do intermediário de silicone. Bebê mama mal, não tira boa quantidade de leite do peito. Não enche barriga. Machuca a mãe. Não estimula boa produção de leite. Enfim. É uma bola de neve. Um ciclo que termina no desmame precoce.

Ou seja, se você quer amamentar, passe bem longe de chupeta. Chupeta não ajuda ninguém.

Quando a amamentação vai bem, o bebê enche a barriga, fica tranquilo e, quando o bebê chora, a mãe acalma levando ao seio.

Agora, quando a amamentação vai mal, a mãe sente dor, ela tem medo de oferecer o seio, o bebê não fica tranquilo, não acalma quando é levado ao seio. Nesses casos, muitas mães recorrem à chupeta para acalmar o bebê. Nesse contexto, a chupeta é um marcador de amamentação com problemas.

Precisa entender o que está errado com a amamentação para que a mãe não sinta necessidade de oferecer chupeta.

Como falei antes, fora a amamentação, hoje em dia sabemos que a chupeta traz outros malefícios para os bebês e crianças e vou falar um pouco sobre isso.

Vou citar alguns dos problemas, sem entrar em maiores detalhes, para não prolongar muito esse texto.

Chupeta atrapalha na formação da boca e da face. Ou seja, a fisionomia do bebê muda quando usa chupeta e ele pode ter dificuldade com todas as funções orais, inicialmente mamar, depois mastigar, falar, e também engolir.

Chupeta aumenta risco do bebê se tornar respirador oral ou bucal. Respirar pela boca em vez do nariz traz muitos problemas de saúde, desde mais risco de infecções nas vias aéreas, até ronco, oxigenação do sangue mais baixa, pressão alta, desenvolvimento do rosto inadequado (que fica estreito e alongado), entre muitos outros problemas.

Desenho esquemático do desenvolvimento da face alongada do respirador oral. Caminho do respirador oral.

Uma breve pesquisa no Google e em bancos de imagem, e você encontra um monte de respiradores orais… A maioria das fotos que eu trago aqui são crianças, mas temos muitos famosos com essa dificuldade também, e coloquei como exemplo o rapper P. Diddy, que é bem característico e fica fácil de ver.

Montagem com diversas fotos de estoque de crianças respiradores orais.

Além das questões do desenvolvimento oral e facial, usar chupeta também atrapalha muito a formação dos dentes. Esse nem preciso explicar porque todo mundo reconhece aquela mordida aberta clássica da chupeta.

E não adianta usar a ortodôntica para prejudicar menos os dentes, porque ela acaba sendo ainda mais prejudicial nas outras áreas.

Nenhuma chupeta é elástica igual ao seio e mamilo da mãe. Ou seja, quando o bebê tem uma chupeta na boca, é a boca do bebê que se molda ao redor da chupeta. Quando o bebê suga o seio, é o seio que se molda preenchendo a boca do bebê.

São coisas contrárias.

Chupar chupeta não é menos pior que chupar o dedo. O dedo é instintivo. A imensa maioria dos bebês que suga o dedo, e tem as necessidades supridas com a amamentação, larga esse hábito bem cedo, bem mais cedo que, em média, as crianças largam a chupeta.

Crianças que usam chupeta tendem a ter mais dificuldade em relacionamentos na vida e até na conexão com os pais, já que muitas vezes a chupeta é usada para controlar ou suprimir o choro, em vez do colo, carinho e conexão com o bebê.

Muitas vezes, médicos indicam uso de chupeta para proteger de Síndrome da Morte Súbita do Lactente. Porém, a “proteção” que a chupeta gera é menor que a proteção da amamentação.

E, se a proteção da amamentação é maior, e a chupeta pode afundar uma amamentação, indiretamente ela não estaria ajudando em nada um bebê que mama no seio, está, na verdade, atrapalhando.

Existem muitas outras questões que podem ser abordadas, mas aqui eu reuni as principais, de maneira bem resumida.

Bebês só sentem falta daquilo que conhecem. Dar chupeta ou não é uma decisão dos pais. Nenhum bebê vai sozinho ao mercado ou farmácia comprar uma chupeta. Esse objeto, na imensa maioria das vezes, é mais para os pais, que não sabem como lidar com o choro de um bebê, do que para o bebê.

Falando em como montar um enxoval, quando chupeta entra na lista, não entra só uma. Muitas vezes, entram chupetas decoradas, personalizadas, prendedores de chupeta, um gasto enorme. Sem contar, que conforme a criança cresce, são mais chupetas sendo compradas.

É um gasto por anos até que a criança (ou seriam os pais?) consiga largar esse hábito.

Uma vez uma mãe me perguntou: “mas se faz mal, então porque vende?”. Pelo mesmo motivo que se vende cigarro, bebidas de álcool, comidas superprocessadas, fast food, refrigerantes, entre muitas outras coisas.

Tem quem compre. Então tem quem queira lucrar. E temos livre arbítrio para fazer as nossas escolhas.

Por isso, mesmo sabendo de todos esses problemas, a decisão de oferecer chupeta ou não ainda é sua. Meu dever é informar. Assim, você pode tomar uma decisão sabendo dos riscos.

Então, minha sugestão, se você quer amamentar, nada de gastar dinheiro com chupetas e seus apetrechos. Invista seu dinheiro em coisas úteis e não em coisas nocivas.

Em resumo, terceira dica de como montar enxoval de bebê sem arruinar sua amamentação: ficando longe de chupetas e seus apetrechos.

Mamadeira

Agora quero falar de mais um item campeão de vendas em enxovais de bebês: as mamadeiras.

Mamadeira tradicional.

Algumas marcas vendem até kits prontos, com diversas mamadeiras, de variados tamanhos, acompanhada de kit higiene, chupetas, é um mundo de coisas.

Mães desavisadas, caem no conto de que “está tudo bem um bebê usar mamadeira”. Aí, com dois meses acontece o desmame.

É um tal de “leite fraco”, “pouco leite”, “meu bebê não quis mais mamar”, que não consigo acompanhar a quantidade de mães que passa por isso.

Assim como fiz com a chupeta, vou resumir a influência da mamadeira na amamentação.

Tudo começa com um bebê que mama mal e não enche a barriga. Se ele não enche a barriga, não acalma e não ganha peso bem.

Aí, em vez de consertar a amamentação, a solução milagrosa para todos os problemas é oferecer fórmula para o bebê em uma mamadeira. Aí, óbvio, como o bebê não precisa técnica nenhuma para encher a barriga usando uma mamadeira, está feita a lambança.

Na hora que o bebê enche a barriga, ele acalma. E a mãe, que estava se sentindo mal, culpada, desaba. O bebê dormiu depois de mamar na mamadeira. Aí essa mãe conclui que ela não tem leite, ou que o leite dela é fraco e acabou a confiança na amamentação.

O caminho correto deveria ter sido ensinar a mãe a amamentar da forma correta, para encher a barriga do bebê com leite materno, direto do peito. Mas, como poucos profissionais realmente sabem fazer isso, é mais fácil encher a barriga do bebê com uma mamadeira.

Quando falamos de mamadeira, estamos falando de um bico artificial. Então, assim como o bico intermediário de silicone e a chupeta, estamos falando de confusão de bicos.

A forma de sugar uma mamadeira é completamente diferente da forma de sugar um peito. Na mamadeira, como em outros bicos artificiais, o bebê fica com o a boca mais fechada e a língua mais para dentro. Quando, no peito, precisa da boca bem aberta com a língua mais para fora.

Quando o bebê tenta fazer no peito o que ele aprendeu a fazer na mamadeira, é desastre total. O bebê não consegue mamar, não extrai leite, não enche a barriga, não estimula produção de leite, é a mesma cascata de problemas dos outros bicos.

Mas, a mamadeira não é só confusão de bicos. Mamadeira é também confusão de fluxo. E essa confusão, ao meu ver, é ainda mais desastrosa para a amamentação. Vou te explicar.

A mamadeira entrega leite de maneira contínua, apertou o bico, saiu leite. Até que todos os ml de leite que tem na mamadeira terminem.

O peito funciona de maneira diferente. Conforme o bebê começa a sugar, não vem leite. Precisa entre um e dois minutos para que uma mulher tenha um reflexo de ejeção de leite. Na hora que a mãe tem o reflexo, o leite começa a vir.

Mas, passados alguns minutos, o leite desse primeiro reflexo de ejeção termina. Então, precisamos mais um ou dois minutos sugando, sem ter leite, para que a mãe tenha um próximo reflexo e mais leite venha.

Em resumo, no peito, o leite vem em intervalos. O bebê precisa ter paciência e precisa estimular bem. Se o bebê estimula mal, com uma pega incorreta, muitas vezes ele não consegue estimular diversos reflexos de ejeção.

E, se o bebê não consegue estimular vários reflexos, o volume de leite que ele consegue em uma mamada é pequeno. Aí já viu. Termina a mamada, e logo em seguida o bebê está com fome de novo.

Quando o bebê se acostuma com o fluxo constante da mamadeira, ele não tem paciência para o fluxo mais lento e intervalado do peito. Essa é a confusão de fluxos.

E confusão de fluxo é ainda mais difícil de resolver que confusão de bicos. Confusão de fluxo pode levar DIAS ou até SEMANAS para reverter. E, se a mãe não tiver muita força de vontade, desiste de amamentar antes disso.

Além da confusão de bicos e da confusão de fluxos, o contato com a mamadeira aumenta o risco de todas aquelas complicações que expliquei rapidamente quando falei da chupeta.

É mais risco de infecções, como diarreia e otite. É formação da face alterada. É respiração oral. Todas as consequências negativas dos bicos artificiais.

Então, assim como falei de outros bicos, eu recomendo que ninguém use mamadeira.

Existem raríssimos casos em que eu acompanho mães que oferecem mamadeiras. Mas, quando isso acontece, a mãe está muito bem informada e entende o risco de desmame precoce. Falei melhor sobre isso em outro artigo.

Aqui, o importante de você saber é que, se o seu bebê é saudável, nasceu do tempo certo, com peso adequado, não existe justificativa para usar mamadeira. O que você precisa é conhecer as técnicas corretas para amamentar.

Amamentando da maneira correta, seu bebê não precisa de fórmula e muito menos de mamadeira. O seu peito é capaz de nutrir o seu bebê. E nutre com muito mais que alimento, nutre de amor, de carinho, de conexão.

E, se sua história de amamentação não começou da melhor maneira, e seu bebê precisa complementar após as mamadas, seja com o seu leite, seja com fórmula (enquanto você trabalha para garantir um estoque de leite materno), você deve usar métodos seguros como o copinho e a colher.

Se, mesmo sabendo de tudo isso, você optar por usar mamadeira, como sempre, a escolha é de cada mãe e cada pai.

O importante é você saber dos riscos e fazer uma escolha consciente. E entender que existem formas de alimentar um bebê na ausência da mãe, por exemplo, quando a mãe precisa voltar a trabalhar, que não comprometem a amamentação.

Então, falando de como montar enxoval de bebê, se você quer amamentar, minha sugestão é nada de gastar dinheiro com mamadeiras e seus apetrechos. Reforço, invista seu dinheiro em coisas úteis, não em objetos nocivos.

Em resumo, quarta dica de como montar enxoval de bebê sem arruinar sua amamentação: ficando longe de mamadeiras, chuquinhas, e todas suas variações.

Vamos continuar o artigo, agora falando sobre os 4 itens onde vale a pena investir o nosso suado dinheirinho.

Poltrona ou cadeira de amamentação

A poltrona de amamentação é um item que gera muita discussão e opiniões contrárias.

Tem muita mãe por aí que fala que a cadeira de amamentação virou um cabide, que só serve para deixar roupas. E tem muita mãe por aí que ama a cadeira e não troca por nada.

Vou te explicar porque eu acho que é um item onde vale a pena investir o nosso dinheiro.

Primeiro de tudo, uma das principais coisas que uma mãe precisa ter para amamentar da maneira correta é conforto.

Se posicionar bem para amamentar é o primeiro passo para conseguir fazer o bebê mamar com uma pega correta.

Quando a mãe está toda torta, a tendência é posicionar mal o bebê, e a mamada não acontecer da maneira certa.

Então, falando de conforto para a mãe, estamos falando de suporte. Uma boa posição para aprender a amamentar depende de suporte adequado.

É apoio nas costas, apoio nos braços e apoios nos pés. Dessa forma, a mãe consegue relaxar e amamentar.

Por isso, um local adequado para aprender a amamentar é uma poltrona que ofereça esses três suportes que eu falei: costas, braços e pés.

Claro que é possível fazer isso no sofá ou na cama. Mas aí você precisa de um monte de almofadas e travesseiros e geralmente precisa de ajuda para montar e desmontar o “point” da amamentação a cada mamada.

Na poltrona, o cenário já fica pré-montado, é mais fácil fazer o ajuste fino a cada mamada.

Comparativo mostrando exemplos de poltronas que estão ou não dando suporte e conforto.

Dito isso, é preciso comprar uma poltrona específica de amamentação, caríssima? Não!

Você precisa escolher uma poltrona que te dê conforto e suporte.

O que as empresas fizeram foi padronizar a cadeira que mais comumente preenche esses critérios e vender como poltrona de amamentação.

Mas você precisa ver a poltrona que funciona PARA VOCÊ! Se você é mais baixinha, uma poltrona que deixe os seus pés “voando” não vai ser confortável, nem para os pés, nem para a lombar.

Se você é alta, uma poltrona que faça você ficar sentada torta, encolhida para caber, não vai te ajudar.

E é por isso que as mães tem opiniões muito contrárias sobre a poltrona de amamentação. Se ela comprou na internet, sem experimentar (que é o que acontece na imensa maioria das vezes), a chance de errar é muito grande.

Aí, quando a mãe senta na poltrona, ela não é confortável, é apertada, é muito grande, é muito alta, muito baixa, muito larga, e assim vai. Aí, a poltrona, em vez de ajudar, só atrapalha na hora de amamentar.

Por isso, a minha recomendação é: tenha uma poltrona confortável para amamentar. Uma poltrona que seja adequada para você! Vá na loja, sente nas poltronas. Se precisar, leva uma boneca para segurar no colo.

Se, na poltrona, não tiver lugar para você e a boneca, não vai ter lugar para você e seu bebê.

Confira se a poltrona tem altura suficiente para dar suporte à sua cabeça, ou seja, se você vai conseguir relaxar o pescoço enquanto amamenta. Se o encosto da poltrona for mais baixo que os seus ombros, você não vai ter local para recostar e descansar.

Veja, também, se o suporte de braços mantém os seus braços em uma posição confortável. Se o suporte for muito alto, ou muito baixo, para você, não vai ajudar, vai acabar te atrapalhando.

Depois, veja se a poltrona oferece um banquinho, ou pufe, ou apoio para os pés. Acredite, você vai passar muitas horas do seu dia (e noite!) amamentando, você precisa estar confortável!

Um bônus são as poltronas que reclinam de leve. Assim, quando você acopla o seu bebê e ele está mamando bem, você consegue recostar de leve e ficar ainda mais confortável.

Uma das coisas que eu acho discutível são poltronas que balançam. Na hora que você vai acoplar o bebê para mamar, é importante ter ESTABILIDADE. Se a poltrona fica balançando, atrapalha mais do que ajuda.

Mas, o balanço pode ser útil depois da mamada, para você relaxar junto com seu bebê.

Então, minha sugestão, procure um modelo que possa balançar, mas que tenha trava para ficar parado na hora que você for começar a amamentar. Assim a sua poltrona fica bem mais versátil.

E sabe uma coisa muito interessante? Muitas vezes, a poltrona que vai te deixar confortável para amamentar, não é a que está à venda nas lojas de bebês! É muito comum que as mães encontrem poltronas “comuns”, que vão cumprir os requisitos e dar mais conforto.

Por isso, não limite as suas buscas e “test drives” de cadeiras às lojas de bebê. Vá nas lojas de móveis da sua cidade. A chance é grande de você encontrar uma poltrona mais confortável e até mais em conta.

Sem contar que uma poltrona confortável é muito versátil e pode ser mantida na sala, depois que o bebê já cresceu, para assistir à TV, relaxar, ler um livro.

Pense fora da caixa quando for buscar a sua poltrona de amamentação e te garanto que você vai encontrar um local confortável que você vai querer passar boa parte do seu dia!

Então, quinta dica de como montar enxoval de bebê sem arruinar sua amamentação: tenha um local confortável para amamentar, uma boa poltrona é uma ótima opção.

Almofada de amamentação

Almofada de amamentação. Outro item com o mesmo problema que a poltrona: há quem ame e há quem odeie. Há quem jure que foi a salvação da amamentação. E há quem comprou e jogou de lado, sem uso nenhum, porque atrapalhava mais que ajudava.

Assim como a poltrona, escolher a almofada de amamentação tem a ver com VOCÊ! Você precisa experimentar qual almofada combina com você!

Se você é mais baixinha, tem o tronco mais curto, uma almofada muito grande vai te atrapalhar muito, pois vai deixar o seu bebê mais alto que a linha do seu peito.

Se você é alta, tem o tronco mais longo, uma almofada muito fininha não vai te ajudar em nada, pois o seu bebê vai continuar longe do seu peito e você não vai conseguir dar bom uso para a almofada.

Eu acho que uma boa almofada de amamentação é um item que vale a pena investir o nosso dinheiro. Pelo mesmo motivo da poltrona. É um item que ajuda no conforto da mãe!

E, quando estamos aprendendo a amamentar, conforto precisa ser prioridade. Uma boa mamada começa com uma mãe bem posicionada.

Bebês mamando com suporte de almofada de amamentação.

Por tudo isso, da mesma forma que a poltrona, se você comprar a sua almofada na internet, vai ser um tiro no escuro. Não tem como você saber se a almofada que você escolheu, sem experimentar, vai dar certo PARA VOCÊ.

Quando você for a uma loja para testar as almofadas, você vai ter muito mais sucesso se levar uma boneca junto, para fazer o papel do bebê que ainda não nasceu.

Lógico, que, se o bebê que está no seu forninho já está grande, a barriga vai atrapalhar um pouco na hora da escolha. Por isso, melhor escolher antes do bebê crescer demais. E, se deixar para a última hora, saber que escolher vai ser um pouco mais difícil e pode precisar de ajuda.

O que você precisa testar na hora de escolher uma almofada?

Primeiro de tudo, a maior função dela é te ajudar a manter o bebê na linha do seu peito, para você dividir o peso do bebê com a almofada.

Por isso, se o seu tronco é menor, você vai precisar escolher almofadas mais “fininhas”, que não elevem tanto o bebê. E, se o seu tronco é maior, você vai precisar escolher almofadas mais “gordinhas”, que elevem mais o bebê.

Outra questão importante, a almofada precisa ser confortável para o bebê, mas precisa dar suporte. Uma almofada muito macia, molinha, vai afundar com o peso do seu bebê e não vai cumprir a sua missão.

Por isso, você precisa sentir, apertar a almofada. Se na hora que você pressiona ela, você consegue, com facilidade, juntar uma mão na outra, provavelmente, a hora que tiver o peso do seu bebê, ele vai afundar na almofada, o que vai te atrapalhar.

O correto é você apertar e sentir que o material do enchimento é confortável, mas resistente ao apertão. Dessa forma, quando você apoiar o bebê, ele não vai afundar na almofada e vai se manter estável durante a mamada.

Explicando dessa forma, você já conseguiu entender porque precisa tocar, apertar, sentir, colocar a almofada no seu colo para escolher a melhor para você. Não é uma tarefa tão simples como escolher a que tem a estampa mais fofinha na internet.

Escolher sem testar é grande a chance de errar. E, por isso, que para muitas mães, almofada de amamentação é bobagem, atrapalha. Isso acontece quando ela não é escolhida da maneira correta.

Existem outros pontos que podem e devem ser analisados antes de você escolher a sua almofada, mas, como aqui é um artigo com as informações mais importantes sobre cada item, não vou entrar nesse nível de detalhe.

Para saber mais sobre as almofadas de amamentação, você pode ler outro artigo que escrevi só sobre esse tópico.

Assim como recomendei quando falei de poltrona, vou recomendar falando de almofada. Vá à loja escolher a sua. Teste. Sente em uma poltrona, pegue cada modelo de almofada e apoie a sua boneca. Veja a que mais se adapta a você.

Eu tenho certeza que você não vai se arrepender de escolher com cuidado!

Então, sexta dica de como montar enxoval de bebê sem arruinar sua amamentação: tenha um apoio confortável para amamentar, uma boa almofada de amamentação, adequada para você, é uma ótima opção.

Sling ou canguru

Exemplos de carregadores de bebê, sling, canguru.

Mais um item que, para mim, deveria fazer parte do enxoval do bebê de todas as mamães: sling de pano ou canguru.

Primeiro, o que é um sling ou canguru. É um objeto que o adulto usa para manter o bebê amarrado junto ao corpo, dessa forma o adulto fica com o bebê no colo e com as mãos livres.

O uso de utensílios para carregar o bebê vem desde o começo da humanidade. Tribos indígenas fazem uso de carregadores de pano até hoje.

Por muitos anos essa cultura ficou esquecida na nossa sociedade. Foi mais recentemente que, com o estímulo a uma mudança na forma como criamos e recebemos os bebês no mundo, essa cultura tem sido resgatada.

Muitos profissionais falam hoje em dia sobre os meses de “exterogestação”, os três primeiros meses de vida de um bebê. Um dos pontos levantados é que manter o bebê mais próximo dos pais nessa fase inicial melhora a conexão entre os adultos e a criança.

E é aí que entra o sling. O termo babywearing, em tradução literal, “vestir o bebê”, está cada vez mais comum no vocabulário dos pais e mães.

Dito isso, existem diversos tipos de slings vendidos hoje. Vou explicar rapidamente sobre cada um.

Os slings de pano ou wrap slings são os mais simples e comuns. Um pedaço grande de tecido, que amarrado da forma correta, se torna um carregador. Vantagem é que são os mais em conta e podem ser usados com bebês recém-nascidos. Desvantagem é que exigem um pouco mais de técnica e treino para utilizar da maneira correta.

Os slings de argola são muito semelhantes aos de pano. A diferença é que as argolas funcionam como se o sling já estivesse pré-amarrado. Vantagem é que é mais prático. Desvantagem é que o peso fica em somente um dos ombros do adulto, então é mais cansativo.

Além disso, para usar desde recém-nascido, o bebê não pode ficar na vertical dentro desse tipo de sling, já que ele não dá o suporte necessário para o corpinho, então o bebê precisa ficar mais deitado.

Os carregadores do tipo mochila / canguru são, para mim, os mais perigosos. A vantagem é que eles são os mais práticos de vestir, já que estão prontos, bastam alguns cliques e deu. A desvantagem é que a imensa maioria das mochilas e cangurus que estão à venda no Brasil não são seguras para o bebê.

Uma das coisas mais importantes quando um bebê é “vestido” nos pais é que a posição do corpinho do bebê respeite as curvaturas naturais. Ou seja, as costas do bebê devem ficar em “C”.

Além disso, o bebê precisa de suporte que proteja o quadril. Um carregador mal colocado ou de baixa qualidade leva a risco de displasia de quadril.

Posição incorreta e correta do corpo do bebê no canguru sling.

O correto é que o bebê seja carregado de frente para os pais, com suporte desde o bumbum até o joelho, mantendo o joelho em uma posição mais alta que o quadril. Dessa forma, o osso fêmur fica bem encaixado e não gera problemas.

Quando usamos um carregador canguru de baixa qualidade, o bebê fica com o peso na região genital e as pernas penduradas. Dessa forma, o osso fêmur fica mal posicionado e prejudica o desenvolvimento do quadril do bebê.

É por esse motivo que eu acho esses carregadores os mais perigosos. Muitos pais não tem essa informação e carregam os bebês de maneira completamente errada.

Existem diversas mochilas e cangurus seguros. Mas eles ainda são mais caros e a maioria dos pais não quer investir.

Um canguru seguro precisa garantir que o bebê fique em uma posição segura, natural, sem forçar o quadril.

Muitos profissionais dizem que os cangurus desse tipo estruturado não devem ser usados por recém-nascidos. Mas existem algumas marcas que são seguras desde o nascimento.

O mais importante é você esteja atenta aos detalhes que eu ensinei aqui e que escolha bem o seu carregador.

Vestir o bebê é um caminho sem volta. Gera muita liberdade para os pais, principalmente para as mamães.

Eu lembro que depois que comecei a usar o carregador com o meu bebê eu ficava com as mãos livres, conseguia comer, escovar os dentes com calma, saía para fazer compras no mercado com ele, de forma muito mais prática do que com ele no colo ou no carrinho.

Sem contar que muitos papais adoram “slingar”. Que seja uma volta no quarteirão com o bebê no sling, esse é um momento de conexão do pai com o bebê e dá uma folga para a mamãe.

Outra coisa interessante, é que podemos unir o poder do sling com o momento de pele a pele. A mamãe ou papai ficam sem blusa, o bebê só de fraldas. Aí amarra o bebê e veste uma camisa de botões por cima. Pronto, a união de dois grandes facilitadores da amamentação e da conexão entre os pais e o bebê.

Imagino que depois de ler tudo isso, você pode estar se perguntando, o que o sling tem a ver com a amamentação? Primeiro, tudo aquilo que facilitar a conexão da mãe e do bebê vai facilitar a amamentação.

Segundo, bebês mais calmos mamam melhor. Mães mais calmas amamentam melhor.

Terceiro, com um pouco de prática, muitas mães amamentam com o bebê no sling. Isso é mais comum em bebês um pouco maiores, que já tem mais controle do pescoço, mas mães de segunda, terceira viagem, que já estão acostumadas a usar slings, conseguem amamentar até recém nascidos.

Ou seja, é amamentação com as mãos livres!

Por tudo isso que expliquei, babywearing tem tudo a ver com amamentação. É um dos grandes facilitadores do começo da vida, da exterogestação.

Por isso que os slings ou carregadores fazem parte da minha lista de itens recomendados no enxoval.

Minha sugestão, tem verba para investir em um carregador do tipo mochila seguro? Vai tranquilo. Não tem verba? Aposta nos slings de pano que são mais em conta e são seguros.

Tem verba para os diversos tipos? Melhor coisa, assim você consegue adaptar o melhor carregador para cada tarefa que você deseja cumprir. Aí é só treinar com uma boneca enquanto o bebê está no forninho.

Quando o bebê chegar, já está todo mundo craque no babywearing!

Então, sétima dica de como montar enxoval de bebê sem arruinar sua amamentação: ter as mãos livres e o bebê protegido é libertador, por isso, investir em um bom sling é uma ótima ideia.

Fraldas de tecido de algodão

Vamos falar de um dos itens mais básicos de qualquer lista de enxoval de bebê. E o tanto úteis que as fraldinhas de algodão podem ser e você não faz nem ideia.

Primeiro de tudo, existem diversos tamanhos e tipos de fraldas de algodão.

As minhas preferidas são as que tem mais ou menos 25cmX25cm e 60cmX50cm. E que são desse tipo de tecido, as linhas de algodão mais fininhas.

Exemplos de fraldas ou paninhos de boca simples, feitos de algodão. Rosquinha ou donut de amamentação e tipoia de amamentação.

E por que essas são as minhas preferidas? Porque eu acho elas as mais versáteis.

Vou falar primeiro das menores, as chamadas “fraldas de boca”. Pelo nome você já imagina o principal uso, limpar a boquinha do bebê, seja depois de mamar, seja se aconteceu uma golfada, seja na introdução alimentar depois de uma bagunça com a comida.

Mas, além do principal uso, essas fraldinhas podem ser usadas para o que a sua imaginação pensar. Outro uso muito comum é deixar ela úmida e usar para limpar mãozinhas grudentas depois de uma brincadeira.

Outra possibilidade é para fazer compressas frescas em dias muito quentes, ou compressas mornas em momentos de cólica. Você pode fazer com elas o que a sua imaginação pensar.

Elas tem um uso no contexto da amamentação que muitas mães não sabem. Dobrando na diagonal e enrolando, essas fraldinhas se tornam rosquinhas.

Essas rosquinhas, que alguns chamam de donuts, são perfeitas para proteger mamilos sensíveis no começo da história de amamentação.

Como qualquer outra coisa que a gente nunca fez, temos um período de curva de aprendizado para amamentar. E é bem provável que no começo os seus mamilos fiquem mais sensíveis, enquanto você aprende a amamentar e o seu bebê aprende a mamar.

Nesse contexto, usar as fraldinhas de algodão dentro do sutiã ajudam a preservar o mamilo sem os riscos que as conchas trazem, como inchaço e infecções.

E além das pequenas, eu também gosto muito das fraldas de algodão um pouco maiores. Essas também podem ser usadas para o que sua imaginação conseguir pensar.

Desde proteger a sua roupa de uma golfada enquanto coloca o bebê para arrotar até de “sombrite”, protegendo o rostinho do bebê do sol em um passeio na rua.

No contexto da amamentação, essas fraldas maiores tem um uso muito legal, que é dar suporte para mamas grandes.

Esse suporte pode ser feito de duas formas. Primeiro, fazendo um rolinho da fralda, que não é o meu preferido. E, segundo, fazendo uma tipoia para o seio, que é o que eu mais recomendo.

A gente faz uma tipoia dobrando a fralda na diagonal e dobrando do tamanho adequado para o nosso seio. Aí amarra no pescoço e já deixa pronta, do tamanho certo.

Dar suporte no seio pode fazer toda a diferença para um bebê mamar melhor no começo, já que o peso do seio traz dificuldades para a amamentação.

Agora que você aprendeu o tanto de uso que as fraldinhas de algodão podem ter, precisa saber escolher da melhor forma. E a notícia boa é que quanto mais simples, mais versátil, ou seja, as mais baratas costumam ser as melhores!

Fraldinhas com babados, bordados, apliques, acabam atrapalhando na hora de usar, pesam, são mais chatas de lavar. Ou seja, escolha as mais simples, que não tem erro! Fraldinha de boca não precisa ser bonita, precisa ser útil!

E quantas fraldinhas eu compro? Quantas o seu orçamento permitir! Brincadeiras à parte, eu acredito que um bom número é em torno de 12-15. Aí, conforme o seu uso, você adequa a quantidade.

Lembrando, que se você estiver precisando fazer rosquinhas, você vai gastar diversas por dia. Então, para não ficar refém da lavanderia, é mais prático ter um número maior.

E as fraldinhas, pelo menos aqui em casa, são úteis até hoje. Sempre tenho pelo menos uma dentro da mochila do meu filho para limpar bocas ou mãos meladas em um passeio.

São mais sustentáveis que ficar gastando lenços umedecidos descartáveis. Além de economia no bolso, é menos lixo na natureza.

Então, oitava dica de como montar enxoval de bebê sem arruinar sua amamentação: fraldinhas de algodão de todos os tipos e tamanhos são úteis, ecológicas e um “must have” de qualquer mãe.

Agora as 4 dicas extra, de produtos gerais para o enxoval, que ou não estão diretamente ligados à amamentação ou não necessariamente são úteis para todas as mães. Vamos seguir a mesma linha de raciocínio do artigo. Primeiro um produto ruim, depois produtos bons, e, por último, dica geral. Como são dicas extra, vou ser mais breve nas explicações e detalhes.

Kit berço

Eu sei, eu sei. Todas as blogueiras e famosas usam kit berço. Existem lojas que fabricam por encomenda os kits berço mais lindos do mundo. Existem lojas enormes – e muito famosas – na internet que vendem.

Mas isso tudo não quer dizer que kit berço seja seguro. Muito pelo contrário!

Kit berço é um grande risco para o seu bebê recém-nascido!

As entidades médicas recomendam que o bebê deve estar sozinho no berço para ter um sono seguro. Pois itens como almofadas, paninhos, bichinhos, trazem risco de sufocamento.

Berços com kit berço e berços seguros, sem nada dentro.

Existe uma síndrome chamada síndrome da morte súbita do lactente, SMSL. E muitos casos são relacionados a possíveis acidentes com objetos soltos no berço.

Ou seja, kit berço, além de caro, e de não trazer benefício nenhum, traz riscos muito sérios ao seu bebê.

Berço seguro só tem bebê dentro. E mais nada. Sei que não fica bonito, não fica fofo. Mas o seu bebê precisa estar assim para estar seguro. Então, não gaste dinheiro com isso. Use o seu orçamento de maneira inteligente!

Em resumo, nona dica de como montar enxoval de bebê sem arruinar sua amamentação: fique longe de kits berço, eles são perigosos para o seu bebê.

Roupas para amamentar

As roupas para amamentar, incluindo sutiãs, blusas, vestidos, camisolas já são um item que eu acho que vale a pena investir, se você tem condições.

Lógico que você consegue amamentar se não tiver uma roupa específica para isso.

Mas esse tipo de item facilita o dia-a-dia da mãe que amamenta, já que não precisa levantar toda a roupa para dar mamá, principalmente quando está na rua.

Se você não tem condições de comprar roupas específicas, pode ser criativa! Camisas de botão são uma ótima opção e vendem de todos os preços, tamanhos, estilos.

Já o sutiã, se você usar um top mais folgadinho, também vai resolver o problema, sem precisar investir muito.

Eu indico ter essas roupas mais para passeios mesmo. Em casa, na vida real, muitas vezes você vai passar o dia de pijama e está tudo bem. Leva algum tempo até a gente voltar a respirar depois que vira mãe.

Mas quando temos um recém-nascido, acabamos precisando sair diversas vezes. É pediatra, é vacina, é obstetra, são várias consultas que você precisa fazer para cuidar da saúde logo depois do parto. Tenha algumas roupas práticas para esses momentos.

E, em casa, deixe as roupas para lá, aproveite os momentos das mamadas para fazer pele a pele com o seu bebê. Você e seu bebê só tem a ganhar com isso.

Então, décima dica de como montar enxoval de bebê sem arruinar sua amamentação: ter roupas confortáveis para amamentar pode ajudar nos passeios fora de casa, mas não são essenciais, e podem ser adaptadas com roupas que você já tem em casa.

Bomba extratora de leite materno

Exemplos de bomba extratora, tira leite materno através da ordenha. Marca medela, spectra, g tech.

A bomba extratora de leite materno é um item controverso: pode ser salvador da amamentação para algumas mulheres e pode não ter grande utilidade para outras.

Então, para saber se vale a pena investir em uma ou não, é importante você levantar alguns pontos.

Quando eu acho que vale a pena já investir em uma bomba extratora de leite, no momento que você está montando o enxoval para a chegada do seu bebê:

– Se você tem alguma variação de anatomia ou condição de saúde que pode atrapalhar o começo da amamentação. Por exemplo, mamilos invertidos, mamas grandes, diabetes, entre outros.

– Se pela história da sua família você entende que existe uma chance maior do seu bebê nascer com disfunção oral. Por exemplo, língua presa na família, história de necessidade de Fono, atraso de fala, essas coisas.

– Se pela história da sua família você entende que existe uma chance maior do seu bebê ter alergia. Deveríamos evitar uso de fórmula, principalmente no começo da vida, em bebês com risco maior de alergia alimentar.

– Se você tem alguma condição de maior risco para parto prematuro ou risco de seu bebê nascer muito pequeno ou muito grande. Por exemplo, pressão alta, trombofilias, diabetes, entre outros.

– Se você sabe que vai precisar voltar a trabalhar pouco tempo depois do parto, então é importante começar a ter um estoque de leite desde cedo.

Essas são as principais condições em que eu acho importante você já trabalhar com a bomba extratora de leite materno desde os primeiros dias.

Estímulo correto e ordenha vão salvar a sua produção de leite se a sua história de amamentação começa turbulenta.

Então, se você imagina que uma bomba extratora pode ser importante para você, não deixe de ler o artigo que preparei exclusivamente sobre isso.

Em resumo, você precisa escolher a bomba certa, do tamanho certo para você. Uma bomba fraca, ou do tamanho errado, não só não ajuda, como pode te atrapalhar! Por isso, faça escolhas conscientes e invista o seu dinheiro da maneira correta.

Então, décima primeira dica de como montar enxoval de bebê sem arruinar sua amamentação: escolher uma boa bomba extratora de leite pode fazer muita diferença na sua história.

Fraldas, pomadas e outros itens de dia-a-dia

Esse último item eu acho importante de abordar para a gente pensar um pouco fora da caixa. Vamos lá! Você faz um chá de bebê e seus amigos e familiares, cada um, dá um pacote de fraldas.

Você termina a festa cheia de fraldas de diferentes marcas e tamanhos. Passa alguns meses, seu bebê nasce e no primeiro mês já deixa de usar fralda P e está na M.

Aí você está cheia de fralda P em casa, que vai ter que doar ou vender mais barato.

Outra situação possível. Passa um tempo, seu bebê desenvolve alergia a uma marca específica. Você está com um estoque de fraldas da marca.

Pronto, novamente, vai ter que doar ou vender mais barato.

Sem contar que, tudo aquilo que pode ser comprado na farmácia da sua cidade ou no supermercado, não faz sentido fazer estoque.

Justamente pelos exemplos de motivos que eu já escrevi.

Isso tudo que falei sobre as fraldas, vale da mesma forma para pomadas de assadura. Cada bebê reage de uma forma a cada marca de pomada.

Sem contar que muitos pediatras recomendam que não devemos utilizar pomadas de maneira preventiva! Mas isso já é assunto para outro post, só sobre as pomadas.

A mesma coisa posso falar sobre xampu, sabonete, cremes hidratantes, qualquer produto relacionado ao mundo dos bebês. Depois de ler tudo, tenho certeza que você entendeu aonde eu quero chegar.

Não gaste o seu dinheiro sem pensar. Não é porque as fraldas da marca X estão em promoção, que você vai economizar 5 reais. Se o seu bebê não utilizar aquelas fraldas, na verdade, você desperdiçou dinheiro.

Em resumo, décima segunda dica de como montar enxoval de bebê sem arruinar sua amamentação: gastar fazendo estoque de produtos que podem ser facilmente encontrados em qualquer farmácia ou supermercado, não é um bom investimento.

Conclusão

Saber como montar enxoval de bebê não é uma tarefa nada fácil. Ainda mais quando temos tanta informação desencontrada por aí.

Mas, conhecendo melhor o mundo da maternidade, refletindo sobre a sua realidade, você pode fazer escolhas muito melhores e mais conscientes.

E, não se esqueça, mais importante que saber como montar o enxoval do bebê gastando pouco, é investir seu dinheiro de maneira inteligente.

Tenho certeza que as informações que eu coloquei aqui neste artigo vão te ajudar nessa tarefa! Tenho certeza que depois de ler tudo isso, agora você vai saber priorizar e investir o seu dinheiro da maneira que faz mais sentido para você!

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Quem escreve esse blog?

A Drª Gi é a pessoa por trás do projeto Mamá Sem Dor. Uma mãe, médica, IBCLC, que se apaixonou por esse mundo da amamentação e resolveu compartilhar com você tudo que já aprendeu e tudo de novo que aprende a cada dia.