Uma coisa é certa: o principal motivo que leva uma mãe a desistir de amamentar é a baixa produção de leite materno (PubMed).
E, se você chegou nesse artigo, posso acreditar que você está vivendo essa dificuldade e esse furacão de emoções nesse exato momento.
No momento do desespero, a maioria das mulheres recorre à internet buscando remédios, chás, alimentos, receitas caseiras, fórmulas milagrosas, estão dispostas ao que for, para saber como aumentar o leite materno.
E, pior, a situação costuma estar tão crítica que precisam disso urgente!
Mas, uma segunda coisa também é certa: sem entender como funciona a produção de leite materno, é impossível entender como fazer ela aumentar.
Sem entender como funciona a produção, você provavelmente vai cair em um monte de armadilhas da internet, promessas milagrosas, mandingas, e, no final, além de se frustrar, não vai conseguir salvar a sua amamentação.
Se o que você está procurando é informação confiável, pode parar de procurar, porque você encontrou!
Eu reuni nesse guia toda a informação necessária para você entender o funcionamento do seu corpo, sem termos técnicos ou palavras difíceis, para você saber exatamente o que precisa fazer para dominar a sua amamentação.
Sugiro que você leia em ordem para que tudo faça sentido e você tire o maior proveito desse guia. Mas, se você está ansiosa por uma resposta específica, pode ir direto para o tópico que mais lhe interessa e depois voltar para ler tudo com calma e tirar todas as suas dúvidas.
Por que o nosso corpo produz leite?
A primeira e principal coisa que você precisa entender sobre o leite materno é que, como várias outras coisas que o nosso corpo humano faz, por natureza, ele só vai fazer se estiver precisando.
Pensa comigo, se você está parada, em um sala com ar condicionado fresquinho, você sua? Não sua, porque não precisa. Agora, se você está na rua, 40 graus, e precisa dar uma corridinha? São cinco passos e você está pingando. Certo?
Isso acontece porque o corpo produziu o suor para controlar a temperatura. A gente sua porque PRECISA. A mesma coisa acontece com o leite materno.
Uma mãe só produz leite materno quando o corpo entende que PRECISA.
E é aí que mora o maior problema. Querer não é precisar.
Voltando ao exemplo do suor, você pode parar e pensar “quero suar”? Isso funciona? Faz você suar? Não, não faz. Precisa de algum tipo de aumento de temperatura do corpo, um ESTÍMULO, para o cérebro receber a mensagem e mandar o corpo produzir suor. É o que acontece quando você corre num dia quente. O ambiente está quente, o seu corpo aumenta a temperatura, pronto, mensagem recebida, temperatura precisa baixar, suor começa.
Com o leite materno, acontece da mesma forma. Você consegue parar e pensar “quero produzir leite”? Isso funciona? Faz você produzir leite? Não, não faz. Você precisa mandar a mensagem para o seu corpo de que você está precisando de leite.
Esse é o grande segredo por trás da produção de leite materno. Ela depende de ESTÍMULO nos seios. E não é qualquer estímulo. Anota essa próxima frase porque ela é extremamente importante:
Para produzir mais leite, precisa sair leite do peito.
Sair leite do peito é o estímulo que o corpo precisa para reconhecer, para entender, que o leite é necessário e deve ser produzido.
Esse conceito do estímulo gerado por sair leite do peito é tão importante que eu dei um nome para ele e, daqui para frente, vou chamar ele de FATOR FUNDAMENTAL DA AMAMENTAÇÃO!
Sem o FATOR FUNDAMENTAL, não existe leite materno. Sem leite, não existe amamentação.
E é importante salientar e deixar bem claro o contrário também: quando não sai leite do peito, é um sinal para o corpo de que não está precisando de leite, ou seja, se não sair leite, o corpo vai entender que não precisa, e vai parar de produzir. Se você entende que a produção de leite é uma resposta do corpo, você já sabe muito mais de produção de leite materno que a imensa maioria das mães por aí.
Por que fórmulas milagrosas para aumentar a produção de leite materno não existem
Agora você já entendeu que produção de leite materno precisa do FATOR FUNDAMENTAL DA AMAMENTAÇÃO, você está pensando na sua história, e, provavelmente, você está pensando que isso que eu estou falando aqui não vai lhe ajudar a resolver o seu problema.
“Se eu não tenho leite, como que vai sair leite do meu peito, para eu produzir mais leite?”.
Essa é a dúvida perfeita! É justamente o que eu quero que você esteja se perguntando.
Essa dúvida explica por que NÃO EXISTEM FÓRMULAS MILAGROSAS para aumentar a produção de leite materno.
Não existe nada que vai fazer aparecer mais leite no seu peito da noite para o dia.
Aumentar a produção de leite materno é um processo. E é um processo LENTO e GRADUAL. Não vai acontecer em um passe de mágica.
Esse processo depende que, a cada dia, um pouquinho mais de leite saia do peito. Assim, com o passar dos dias, o corpo vai entendendo o recado e melhorando a produção.
É preciso muita calma, paciência, e confiança para recuperar uma produção de leite materno que está prejudicada. Como falei antes, não existe fórmula milagrosa! O que existe é um trabalho intenso.
Se você não sabe disso, vai gastar dinheiro com remédios, comidas, chás, falsas promessas, e NÃO VAI TER RESPOSTA!
Por isso que, em um mundo ideal, todas as mães teriam o conhecimento necessário para não deixar a produção de leite materno diminuir.
Se você sabe o que fazer e protege a sua produção de leite materno DESDE OS PRIMEIROS DIAS de vida do seu bebê, dificilmente vai sofrer com baixa produção de leite.
O começo da nossa amamentação é a nossa JANELA DE OPORTUNIDADE da produção de leite materno.
Esse é um conceito MUITO IMPORTANTE e que a maioria dos profissionais não sabe, então não ensina às mães.
Mais à frente eu vou falar um pouquinho mais sobre essa janela de tempo.
Se você chegou aqui é porque você já tem um problema e está tentando descobrir como resolver.
Por isso, vamos por partes, para que tudo faça sentido.
É como eu falei lá no começo do artigo: para você entender como aumentar a produção de leite materno, primeiro precisa entender como ela funciona.
A base eu já lhe falei: estímulo, fator fundamental da amamentação. Então, agora, vamos para mais detalhes. Esse é o único pedaço do artigo que vai ser um pouco mais complexo. Mas, lê com calma, que eu garanto que você vai entender.
Como o corpo produz leite – a anatomia do seio
Vou começar com um resumo da anatomia da mama, que foi atualizada e redefinida em 2005. Vou falar o básico para o próximo ponto, que é a função dos hormônios, fazer sentido.
O que produz leite materno são glândulas que estão nos nossos seios, as glândulas mamárias. Esse é um desenho esquemático da anatomia do seio materno:
As glândulas são organizadas nessas estruturas que parecem cachos de uva. Em cada glândula, temos um monte de alvéolos. Cada uva do cacho é um alvéolo, um aglomerado de células que produzem leite.
No alvéolo, as células que produzem leite ficam organizadas como se fossem um círculo. Para ficar fácil de entender, as células são a casca da uva. E, conforme elas fabricam o leite, ele vai sendo depositado dentro do alvéolo, ou seja, no bagaço, onde fica o suco.
Ao redor de cada alvéolo, temos um músculo bem pequeno, que, quando contrai, faz o leite sair de dentro do alvéolo e ir para os ductos.
Os ductos são os “caninhos” que ligam cada alvéolo das glândulas até o mundo externo. Para facilitar, de cada uva sai um pequeno galhinho, que se junta com galhos médios e depois um galho maior liga o cacho ao tronco.
A mesma coisa acontece com os ductos. Eles vão se juntando em ductos médios, depois maiores, e convergem no mamilo, onde temos as aberturas para o mundo externo.
As mulheres tem entre 4 e 18 orifícios de ductos, na média, são 9 em cada mamilo. Em termos práticos, são os buraquinhos de onde a mãe vê saindo gotas ou jatinhos de leite quando ordenha o seio.
Importante! O número de aberturas não tem relação com o sucesso da amamentação. Por exemplo, um estudo de 2014 encontrou uma média de 3,9 orifícios por seio em mães que estavam amamentando exclusivo sem problemas.
Esses são os termos que você precisa estar familiarizada para entender como funciona a amamentação: glândulas, alvéolos, músculo, ductos.
Resumida a anatomia, vamos falar de hormônios. Precisamos entender os hormônios que regem a amamentação para que todo esse processo faça sentido. Temos hormônios “a favor” e fatores e hormônios “contra” a produção de leite materno. Nesse artigo vou falar dos principais integrantes de cada time.
Os hormônios do time “a favor” da produção de leite materno
As glândulas produtoras de leite materno são controladas por dois principais hormônios do time “a favor”: prolactina e ocitocina. Os dois são produzidos em uma glândula do nosso cérebro que se chama hipófise.
A prolactina é quem vai lá na glândula mamária dizer “produz leite”. Ela sobe naturalmente depois do parto, quando os hormônios da gestação diminuem.
A prolactina não costuma ser um problema para as mães. Como falei, ela é produzida naturalmente. Nas primeiras semanas, ela se mantém alta, como um reflexo. Se o bebê estiver mamando, ela tem um estímulo para se manter alta.
A dificuldade na produção de leite materno por falta de prolactina só vai acontecer quando a hipófise, lá no cérebro, não estiver funcionando bem ou não receber a mensagem de que a gestação acabou. E isso é bem raro.
O outro hormônio importante no processo da produção de leite materno é a ocitocina. A ocitocina atua nos pequenos músculos que estão ao redor de cada alvéolo, fazendo o leite sair dos alvéolos e ir para os ductos.
Essa ação da ocitocina se chama reflexo de ejeção. O reflexo de ejeção acontece pelos mais variados motivos, o principal é quando o bebê começa a sugar o seio, mas pode acontecer quando o bebê chora, quando a mãe vê uma foto do bebê, quando sente o cheiro, entre outros.
Mais detalhes sobre esses dois hormônios, e dicas das formas naturais de fazer a prolactina e a ocitocina trabalharem, eu falei com mais detalhes em outro texto, para que esse aqui não fique tão complexo.
Basicamente, a prolactina e a ocitocina são os dois hormônios a favor da produção. O bom funcionamento deles é essencial para a boa produção de leite materno.
Mas, eles podem ser impedidos de funcionar pelo time do contra. E, entendendo esse time do contra, aquela história do FATOR FUNDAMENTAL DA AMAMENTAÇÃO vai fazer todo sentido para você.
O time “contra” a produção de leite materno
São três engrenagens para a boa produção: (1) a prolactina para produzir leite, (2) a ocitocina para fazer sair da glândula, e (3) o estímulo do mundo externo (um bebê mamando bem, ou uma boa ordenha).
A terceira engrenagem é o que vai colocar em ação o fator fundamental da amamentação.
Você já aprendeu que o principal segredo para produzir leite não vem da ocitocina e prolactina, vem do fator fundamental. E, agora, você vai entender por quê.
Ele tem muito a ver com o primeiro integrante do time do contra, o FATOR INIBIDOR DA LACTAÇÃO (FIL).
Vamos entender como ele funciona.
Lembra que no começo do artigo eu te falei que, quando o leite fica parado no peito, o corpo recebe um recado que o leite não é necessário e pode parar de produzir? Esse recado é dado pelo FIL!
O fator inibidor da lactação é uma substância, uma proteína, que fica no leite materno. Quando o leite sai do peito, esse fator vai embora junto. Quando o leite fica no peito, esse fator fica dentro da glândula.
E, como o nome dele diz, esse fator é o que vai dar ao recado ao corpo de que não precisa produzir leite! Ele vai INIBIR a produção. O mecanismo que ele funciona é bem complexo e já foi estudado por diversos pesquisadores.
Para simplificar o conceito e ficar fácil de entender, vou usar de “licença poética”. É como se esse inibidor colocasse as glândulas que produzem leite “para dormir”. Uma vez dormindo, elas não estão produzindo leite.
Depois que a glândula dormiu, a gente precisa muito estímulo no peito para ir acordando, uma glândula de cada vez. Um trabalho complexo, demorado, intenso. E mais um papel do fator fundamental da amamentação.
Aumentar prolactina e ocitocina, infelizmente, não acorda glândulas. Se acordasse, era bem fácil resolver o problema de qualquer amamentação, já que temos remédios que aumentam a prolactina e ocitocina sintética, que vende na farmácia!
Agora, voltando ao FIL, pasme! Sabe QUANDO esse inibidor está mais “doidinho” para entrar em ação? Nas primeiras semanas da amamentação!
Isso tem uma explicação da natureza. Uma mãe que não quer ou não pode amamentar, precisa que o corpo pare de fazer isso logo. O corpo humano é inteligente, ele está sempre pensando em maneiras de economizar energia.
Então, assim que passa o parto, o nosso corpo já quer saber se é para gastar energia produzindo leite ou não.
Esse momento é a nossa JANELA DE OPORTUNIDADE PARA A BOA PRODUÇÃO DE LEITE materno. Nessas primeiras semanas, não podemos deixar o FIL colocar as nossas glândulas para dormir!
Por isso, deixar o peito ficar cheio, ou esperar o peito encher para dar mamá, achando que o bebê vai ter mais leite, é, na verdade, um tiro no pé!
Quando deixamos leite parado no peito, o inibidor da lactação entra em ação, e o cérebro recebe uma mensagem de “não está precisando”.
Então, ficou leite parado, algumas glândulas estão sendo colocadas para dormir pelo FIL. Com o passar das semanas, cada vez mais glândulas estão dormindo e a produção de leite materno fica cada vez menor.
O Fator Inibidor da Lactação é o primeiro integrante do time contra a produção. Mas ainda quero falar sobre mais um. Sim, mais um!! Olha como é importante entender isso para conseguir ter uma amamentação dominada!!
O segundo integrante é um hormônio, que tem a ver com a ação da ocitocina.
Você já aprendeu que temos três engrenagens na boa produção. E uma dessas engrenagens é o reflexo de ejeção, a ação da ocitocina para fazer o leite sair do alvéolo e ficar nos ductos, disponível para o bebê mamar.
Sem um reflexo de ejeção, o bebê não mama nem 10 ml de leite!!
Porém, a dor e o estresse são vilões da ocitocina. Essas sensações ruins, negativas, aumentam um hormônio chamado adrenalina. Quando a adrenalina está alta, ela impede a ocitocina de funcionar.
Vou explicar de maneira bem simples. Para a ocitocina contrair o músculo ao redor do alvéolo, ela precisa se ligar em um receptor, traduzindo para o bom português com licença poética, precisa “sentar em um banquinho”.
Quando a adrenalina está alta, ela vai lá e senta no banquinho que a ocitocina precisa sentar. Sem sentar no banquinho, a ocitocina não consegue agir.
Esse é um bloqueio temporário, ou seja, ele passa. A adrenalina fica lá, ocupando o banquinho, até que o estresse passe. Na hora que o estresse passar, a adrenalina vai embora e o banquinho fica livre de novo para a ocitocina.
O problema é que, se toda vez que você vai dar mamá, você ficar tensa, sentindo dor, a sua adrenalina vai subir todas as vezes. Aí não tem ocitocina que consiga agir.
E não adianta colocar ocitocina no nariz, aquela sintética, que compra na farmácia. Só vai estar jogando dinheiro fora. Se o banquinho estiver ocupado pela adrenalina, nenhuma ocitocina vai sentar, nem a natural, nem a sintética. Simples assim.
Com o passar dos dias e semanas, se a ocitocina não estiver cumprindo seu papel, não vai estar saindo muito leite do peito. E, aí, você já sabe, quanto menos estímulo, menos produção.
Com tudo isso que você aprendeu até aqui, você já entendeu porque o segredo para uma boa produção de leite materno é estar sempre saindo leite do peito. O FATOR FUNDAMENTAL DA AMAMENTAÇÃO é o que mantém a roda girando, mantém a prolactina e a ocitocina funcionando, e impede a ação do time contra a produção.
Resumo de como funciona a produção de leite materno
Agora, vou resumir como funciona a produção de leite materno, de maneira bem direta e objetiva.
Assim a gente reforça tudo que aprendeu até agora.
Como já falei mais de uma vez, entendendo a origem do seu problema, vai ficar bem fácil entender a solução e não cair mais em armadilhas.
– Produzir leite é função da prolactina, que sobe naturalmente depois do parto.
– O leite sair da glândula e ir para os ductos é o reflexo de ejeção, função da ocitocina, que sobe, principalmente, conforme o bebê suga o seio.
– O leite sair dos ductos e vir para o mundo externo é resultado de um estímulo externo, ou bebê com pega correta ou ordenha com técnica correta. Esse estímulo, a saída do leite, é o nosso fator fundamental da amamentação.
Todos esses três precisam funcionar para a produção de leite materno acontecer.
– Se não sai leite do peito, entra em ação o inibidor da lactação.
– Se a mãe está com dor, nervosa, aumenta a adrenalina que bloqueia a ocitocina. Se a ocitocina não funciona, não sai leite do peito.
– Se não tem pega correta, nada funciona. Sem uma boa pega, não sai leite do peito, não tem fator fundamental, entra em ação o inibidor da lactação. Sem pega correta, a mãe tem machucados e dor, aumenta a adrenalina que bloqueia a ocitocina. Ufa!
Por que peito é fábrica e não estoque de leite?
Uma analogia que deixa mais fácil de gravar esse mundo complexo da produção de leite materno é a minha analogia da padaria.
Digamos que o Seu João tem uma padaria. O padeiro faz pão. Enche a vitrine de pão. Mas o pão não vende. Não entra um cliente na loja, não sai pão. Se não sai pão, o padeiro não vai fazer mais pão. De que adianta fazer pão se não está vendendo? Só pra continuar envelhecendo na vitrine?
Um belo dia, o Seu João, insatisfeito, quer melhorar os negócios, quer vender mais pão. Se ele comprar mais farinha, mais fermento, vai resolver o problema? Adianta aumentar a matéria-prima? Isso vai fazer vender mais pão? Logicamente, não vai. O que o Seu João precisa para a padaria não falir? Precisa de clientes! Precisa ter saída de pão.
Então, antes de investir na matéria-prima, precisa investir em propaganda, chamar o cliente, dar amostras de pão na rua para mostrar que o produto é bom, e por aí vai. Conforme o pão começa a vender, aí sim, o Seu João pode comprar farinha, fermento, sal, tudo que precisar para produzir mais pão.
A mesma coisa acontece com a sua produção de leite. Você é a dona da padaria. O seu peito é o padeiro. E o seu leite é o pão.
Se você não quer quebrar a sua produção de leite materno, se você não quer falir, não adianta buscar a solução querendo aumentar a matéria-prima. Primeiro de tudo, precisa melhorar a saída do leite.
Conforme melhora a saída do leite, o corpo entende que está precisando produzir leite. Aí sim que você vai usar mais matéria-prima.
Essa analogia nos ajuda a entender como funciona a produção de leite materno e porque muita gente fala que peito não é estoque de leite, e, sim, fábrica.
Quando a gente deixa leite parado no “estoque”, a gente está, na verdade, prejudicando a produção e atrapalhando todo o processo da amamentação.
Outro sentido que essa frase passa é que o peito vai liberar e produzir mais leite na hora em que o bebê está mamando, e conforme ele precisa. A produção de leite materno acontece “on demand”, ou seja, conforme demanda.
Isso acontece porque não existe um local no seio da mulher que armazene leite. Esse tipo de armazenamento existe na glândula mamária das vacas (as cisternas), mas não na dos seres humanos.
Por isso que hoje sabemos que aquela história de leite anterior (aguado) e leite posterior (gordo) é ultrapassada! O leite materno vem SEMPRE de dentro das glândulas e, desde o primeiro reflexo de ejeção, ele já tem gordura.
A cada reflexo de ejeção ele tem um pouco mais de gordura, por isso que existe uma variação na cor. Mas isso é assunto para outro artigo, onde eu explico sobre o mito do leite anterior e posterior. Vamos voltar ao armazenamento.
Por não existir onde armazenar, o leite materno vai sendo produzido e fica dentro dos alvéolos. Dessa forma, só fica disponível para o bebê conforme a mãe tem um reflexo de ejeção, que é o que o corpo precisa para “expulsar” o leite de lá.
Para ficar fácil de entender, muitas vezes você ouve falar que 80% do leite que o bebê consome é produzido durante a mamada. Mas não temos estudos que mostrem esse dado exato.
Na verdade, leite materno é produzido a todo momento pelas glândulas. Mas, como não temos onde armazenar, o que muda é a velocidade com que as glândulas funcionam.
Mais ou menos assim: digamos que você recém amamentou e ficou com o seio bem macio, os alvéolos ficaram “vazios”. Estar vazio passa o recado para a célula produzir leite mais rápido. Mas o bebê não está mamando.
Então, passado um tempo, esse alvéolo já está mais cheio. Dessa forma, a célula recebe o recado “encheu, vamos reduzir a velocidade de produção”.
Mais um tempo passa e o bebê vai mamar de novo. Um pouco de leite já está lá nas glândulas. A mãe tem o primeiro reflexo de ejeção. Esse leite passa para o bebê. Pronto, alvéolos vazios de novo. Velocidade de produção a todo vapor, para ter mais leite durante a mamada. No próximo reflexo de ejeção, alguns minutos depois do primeiro, as glândulas já produziram mais leite.
Por isso muita gente fala que o leite só é produzido enquanto o bebê mama! Porque, se não houver um reflexo de ejeção, se o leite não sair do peito, não temos o gatilho, o estímulo, o recado, para que as glândulas continuem produzindo.
O que os estudos mostram é que, antes de um reflexo de ejeção, os bebês tem acesso a muito pouco leite, algo como 5-10ml. E, conforme a mãe vai tendo reflexos de ejeção durante a mamada, o bebê vai recebendo cada vez mais leite.
As mães podem ter 2, 3 ou até mais reflexos de ejeção a cada mamada do bebê (PubMed e ABA). No geral, os dois primeiros reflexos são os que entregam a maior parte do leite que o bebê mama. Mas, isso pode variar de uma mãe para outra.
Além disso, os bebês se saciam com volumes de leite MUITO variados. Alguns mamam 60, 70 ml e ficam satisfeitos por horas e crescem, engordam, tudo certo. Outros, mamam 130 ml e pedem para mamar novamente logo depois.
Por isso, é importante que a mãe tenha o máximo possível de glândulas “acordadas”. Assim, é mais fácil acompanhar a demanda do bebê. Quando ele quiser um volume menor, vai se saciar mais rápido, a mãe vai ter menos reflexos de ejeção na mamada. Quando ele quiser um volume maior, vai continuar mamando e estimulando mais reflexos de ejeção.
Então, por fim, não podemos afirmar que 80% do leite é produzido durante a mamada, pois não temos certeza disso. O que podemos dizer, com base nos estudos que temos hoje, é que UMA GRANDE PARTE do leite é produzido durante a mamada, mas sem estimar porcentagem, pois essa vai variar de mãe para mãe e de mamada para mamada.
Mas, uma coisa é certeza: todo leite que uma mãe produz, precisa de um bom estímulo para ser produzido. Leite materno é produzido o tempo inteiro, mas, com uma velocidade muito maior durante a mamada.
Então, indiretamente, TODO O LEITE QUE UMA MÃE PRODUZ É RESULTADO DE UMA BOA MAMADA. Seja a que está acontecendo na hora, seja a que aconteceu algum tempo antes.
Quando você entende todo esse contexto, de como funciona a produção de leite materno, fica muito mais fácil entender porque hoje em dia se fala que amamentação não pode ter muitas regras, a famosa livre demanda.
Não sabemos quantos reflexos de ejeção cada mãe vai ter em cada mamada, não sabemos quanto leite cada bebê precisa para ficar saciado e crescer saudável, não sabemos quanto tempo cada bebê vai levar para atingir esse volume, enfim, todos esses números variam de bebê para bebê e ao longo do dia.
Resumindo, a melhor forma de produzir bastante leite é amamentar com técnica correta de maneira bem frequente ou ordenhar muito leite. Assim, a produção fica bem calibrada, e responde bem cada vez que o bebê começa a mamar. Entendido como funciona a produção de leite materno, você consegue entender por onde começar a resolver o seu problema de baixa produção.
Por onde começar a investigar a baixa produção?
A primeira pergunta que você deve se fazer é: eu realmente tenho pouco leite ou é uma falsa impressão? Explico.
Muitas mulheres pensam que recém-nascidos mamam de 3 em 3 horas. Isso é uma crença errada, um mito, que costuma ser perpetuado por profissionais desatualizados.
Se o recém-nascido mama com maior frequência, o que é absolutamente normal no começo da vida, a primeira e praticamente única coisa que a mãe pensa é: “não tenho leite”.
Mas não é bem assim. A imensa maioria das mulheres é capaz de produzir leite mais que suficiente para o seu bebê. Basta ter o estímulo correto.
E você já aprendeu que um ponto importantíssimo do estímulo correto está em não deixar leite parado no peito. E é justamente por isso que, por natureza, os bebês mamam com bastante frequência nas primeiras semanas. É a natureza dando o seu jeito para estimular a boa produção de leite materno.
Ou seja, se o bebê mama bem, de 2 em 2 horas, e nem dá tempo do peito ficar com leite parado entre as mamadas, é a melhor situação! Assim, você não precisa ficar ordenhando entre as mamadas e pode ficar mais tranquila.
A frequência com que o seu bebê mama é um fator muito complexo para ser analisado de forma simplista. Precisa ser analisado dentro de todo um contexto. E só profissionais realmente comprometidos com o sucesso da amamentação fazem esse tipo de análise.
Existem dois fatores que as próprias mães costumam analisar para saber se o bebê está mamando bem: o comportamento do seu bebê durante e após as mamadas e as fraldas do seu bebê.
Se o seu bebê mama ativo, alerta, engolindo bastante, e termina a mamada relaxado, tranquilo, e faz um intervalo de tempo até a próxima mamada, é um grande sinal de que mamou bem.
Além disso, um bebê que mama bem faz bastante xixi e cocô. São pelo menos 6 fraldas com bastante xixi ao longo do dia e cocô amarelinho com grumos.
O xixi e o cocô mostram que o bebê está hidratado e com a barriguinha cheia.
Agora, você percebeu que a sua situação não está assim. O seu bebê passa o dia todo no peito, parece que nunca está satisfeito, começa a mamar e logo dorme, chora logo após mamar, você está precisando complementar, provavelmente a sua produção de leite materno realmente esteja calibrada para baixo.
Nesses casos, é bem importante trabalhar o quanto antes para colocar a sua amamentação no caminho certo, pois, quanto mais tempo a gente demora para resolver, maior fica a bola de neve, mais complexo e difícil atingir o sucesso.
Antes da gente passar para o próximo tópico, preciso reforçar uma coisa:
Se você já se deu conta que sua situação parece ser mais complexa, você está com sua produção calibrada para baixo, busque ajuda especializada o quanto antes!
A cada dia e semana que passa, mais difícil fica de reverter problemas com a amamentação. Dito isso, vamos à cereja do bolo, vamos falar de como aumentar a produção de leite materno.
Os 4 princípios para melhorar a produção de leite materno
Quando pensamos em aumentar a produção de leite materno, precisamos atacar diversas frentes:
– “Acordar” as glândulas que estão “dormindo”.
– Resolver dor/estresse/medo para a ocitocina poder agir.
– Garantir que a técnica da pega esteja correta para o leite vir para o mundo externo (melhor estímulo).
– Tirar um pouquinho mais de leite do peito a cada dia (mais estímulo).
Esse trabalho acontece ao mesmo tempo, pois as estratégias focam em um problema principal, mas vão ter ação em todos. É uma engrenagem, tudo está ligado.
Por exemplo, consertar a pega vai melhorar o estímulo, mas também vai ajudar na dor e ajudar a esvaziar um pouco melhor o peito. Com mais e melhor estímulo, vamos “acordar” mais glândulas.
Reparou como eu não falei nada de chás ou remédios até agora? Normalmente, chás e remédios são a primeira coisa que passam na cabeça da mãe quando ela quer aumentar a produção de leite materno urgente, para ontem.
Mas, na minha lista de prioridades quando precisamos aumentar a produção de leite, eles praticamente nunca aparecem na primeira opção. Vou te explicar por quê.
Chás para aumentar o leite materno
Os chás que ajudam a aumentar o leite materno fazem isso aumentando a prolactina, ou seja, aumentando a matéria prima.
Mas, você já aprendeu, aqui no artigo, que o que realmente funciona para ter uma boa produção de leite materno é um bom estímulo, o FATOR FUNDAMENTAL DA AMAMENTAÇÃO.
Lembra da analogia da padaria? Não adianta comprar mais fermento e farinha, precisa, primeiro, vender pão!
Então, quer dizer que os chás não funcionam? Não! Eles podem ajudar! Mas, só vão ajudar se você trabalhar principalmente no fator fundamental.
Os dois chás para aumentar o leite materno que tem alguma comprovação que funcionam são:
– Feno-grego, que é o mais estudado.
– Cardo mariano, mais recente, ainda não foi tão estudado.
Mas, não se esqueça, chás, sozinhos, sem consertar o fator fundamental, são tempo, dinheiro e expectativas jogadas no lixo. Agora, chás, quando a gente trabalha junto no fator fundamental, podem ser uma boa ajuda!
Remédio para aumentar o leite materno
Os remédios para aumentar o leite materno funcionam da mesma forma que os chás, aumentando a prolactina, ou seja, aumentando a matéria prima.
Então, da mesma forma, não vão surtir efeito nenhum se você não trabalhar o fator fundamental. Reforçado esse ponto, vamos “dar nome aos bois”.
Dentre os medicamentos, o único que hoje é aceito, ao redor do mundo, que seja usado para auxiliar as mães na produção de leite materno é a domperidona (Motilium®).
Alguns profissionais ainda insistem um recomendar medicamentos que já mostraram que tem menos efeitos positivos e mais efeitos adversos, como a sulpirida (Equilid®) e a metoclopramida (Plasil®).
Mas, diversos estudos e pesquisas já demonstraram que a melhor escolha, mais segura, com menos efeitos colaterais e com melhor resposta da prolactina, é a domperidona (ABM).
Se você quer usar, converse com o seu médico! É muito importante que você tenha acompanhamento de um especialista em amamentação para fazer tudo da melhor forma possível e ter o melhor resultado. Se você quer aprender um pouco mais sobre chás e remédios para aumentar o leite materno, os chamados galactogogos, pode ler neste outro artigo que preparei.
O que comer para aumentar o leite materno
Essa é outra dúvida muito comum das mães, principalmente daquelas que querem uma fórmula milagrosa e urgente para resolver a baixa produção de leite materno.
Você que já leu o artigo até aqui, e já entendeu como funciona a produção de leite, já sabe que nada vai fazer milagre, nem chá, nem remédio, nem comida!
Hoje, não existe nenhum alimento que, comprovadamente, aumente prolactina ou ocitocina, ou reduza adrenalina, ou estimule mais leite a sair do peito, etc.
Então, em resumo, não existe nenhum alimento que aumente a produção de leite materno.
Assim como não existe nenhum alimento que diminua a produção de leite materno. Não precisa ter medo de comer comida de verdade quando você amamenta um bebê!
Uma mãe que amamenta precisa ter uma alimentação saudável, com alimentos ricos em vitaminas e minerais. Pronto. Sem mistério.
Fiz um artigo especial sobre o que comer para aumentar o leite materno, não deixe de conferir!
11 Dicas práticas de como aumentar o leite materno
Agora que já falamos sobre os 4 princípios, já falamos de chás, remédios e comidas, vamos fazer uma lista com dicas práticas (que vão atuar em um ou mais princípios) para aumentar a produção de leite materno.
Essas estratégias podem e devem ser colocadas em prática por todas as mães que sofrem com a baixa produção de leite materno.
1. Aprender sobre a pega correta e garantir que você está usando a melhor técnica para amamentar. Pega correta não dói! Pega correta não machuca. Se estiver doendo, tem algo errado que precisa ser corrigido!
2. Aceitar que a pega só está correta quando a mãe não tem dor. Uma mulher com feridas e dor com certeza tem um problema na sua amamentação. Não é porque “por fora” parece estar tudo bem, que realmente está. Pega correta vai MUITO além de “usar o C” e “boca de peixinho”. Inclusive, eu nem gosto desse termo de “C”, porque ele induz ao erro, então no meu curso eu ensino a fazer da maneira correta, usando a “mão de LEGO®” e a técnica da PEGA COMPLETA.
3. Aumentar o estímulo com boas mamadas ou ordenhas frequentes. A melhor forma de dizer para o corpo que a gente está precisando de leite, é retirar leite do peito. Como falei antes, é um processo lento e gradual, ninguém vai dormir sem leite e acorda com uma superprodução. Ordenhas após mamadas, entre as mamadas, ou powerpumping, consulte um especialista para traçar a melhor linha de ação para você. Você precisa adequar uma rotina de ordenha à sua realidade.
4. Amamentar ou ordenhar SEMPRE que sentir que os seios começaram a encher. Peito é fábrica de leite. Uma grande parte do leite que o nosso corpo produz, acontece na hora da mamada, com os reflexos de ejeção. Ou seja, não pode e não precisa ter medo de faltar leite. Cada vez que você deixa o peito encher, deixa leite parado para o bebê “ter mais leite para mamar”, você está dando um sinal para o seu corpo reduzir a produção, ou seja, está dando um tiro no seu pé.
5. Excluir bicos artificiais. Sim, parece clichê, mas não é. Chupetas aumentam o intervalo entre as mamadas e queremos o contrário disso, queremos mais estímulo. Chupetas causam confusão de bicos. Mamadeiras causam confusão de bicos e fluxos. Intermediários de silicone atrapalham a pega, não permitem contato direto entre a boca do bebê e o seio da mãe, sozinho o intermediário já pode causar baixa produção de leite materno. Ou seja, para um bom estímulo para produção de leite, precisa sumir com todos os bicos. É muito importante que seu bebê mame bem para que você tenha o fator fundamental da amamentação.
6. Aprenda sobre métodos seguros de complementação. Se o seu bebê já faz uso de leite artificial, você não pode retirar esse leite da noite para o dia, porque o seu leite materno não vai aumentar da noite para o dia. Então, para sumir com a mamadeira, precisa aprender a usar o copinho, a colher dosadora, ou o complementador.
7. Tenha muito cuidado com a sonda de relactação. Usar a sonda no peito, sem o devido cuidado, pode trazer mais prejuízos do que benefícios. Ela pode causar uma confusão de fluxo tão grande que a mãe fica refém da sonda. Você pode usar a sonda, ela pode ajudar MUITO. Mas, se alguém te recomendar a sonda, pergunte qual é o plano de ação! Usar sonda precisa ter começo, meio e fim! Precisa entender como deixar o fluxo da sonda o mais parecido possível com o fluxo de um seio. Não pode fazer de qualquer jeito.
8. Oferecer os dois seios em todas as mamadas. Esse não precisa explicação. Mais estímulo, mais produção, essa é a lógica. O reflexo de ejeção deixa leite disponível nos dois seios enquanto o bebê está mamando um. Então, esse leite precisa sair dos dois. Se o bebê não mamar, precisa saber como e quanto ordenhar.
9. Usar a técnica de compressão de mamas. Essa técnica ajuda a esvaziar melhor o peito. O bebê recebe mais leite e o peito, mais vazio, tem mais estímulo para produção.
10. Voltar aos instintos. As técnicas naturais para aumentar os hormônios da produção de leite materno (prolactina e ocitocina) tem um resultado sensacional. O pele a pele é uma ferramenta MUITO poderosa e, infelizmente, menosprezada em nossa sociedade. Fazer pele a pele ajuda a aumentar os hormônios do bem e também ajuda a mãe a se reconectar com o bebê, tudo que ajuda nessa conexão, ajuda na produção de leite materno.
11. Autocuidado materno. Última dica, mas não menos importante. Procurar um momento do dia para descansar, se cuidar, pode fazer toda a diferença! Lembra, estresse aumenta adrenalina. Relaxar, reduz. Peça ajuda da sua rede de apoio. Não tente equilibrar todos os pratos. Se a sua amamentação é importante para você, tome atitudes que façam dela, realmente, a sua prioridade.
Nesse vídeo que eu deixei aqui, falei sobre alguns desses pontos abordados no artigo. Se você gosta de vídeos, não deixa de conferir.
Conclusão
Depois de ler todo esse guia, agora eu tenho certeza que você consegue entender como funciona a produção de leite materno, como é importante estar sempre estimulando o seio, e como tudo isso se aplica a resolver o seu problema de baixa produção.
Metade das mães que amamentam sofrem com baixa produção de leite materno real ou percebida (leia a referência aqui). Inclusive, metade das mães que desistem de amamentar colocam a baixa produção de leite como razão para o desmame (leia a referência aqui).
Não caia nessas estatísticas você também!!!
O grande problema é que a maioria das mães não entende como funciona a fábrica de leite, então cai em armadilhas, acredita em mitos, mandingas e em profissionais desatualizados.
Acredite, quando eu estava tentando amamentar meu filho ouvi de um dos pediatras de maior renome na minha região: “é assim mesmo, algumas mulheres não produzem leite”.
Na época, eu não tinha conhecimento dessa área da Medicina, e, mesmo com meu instinto materno me dizendo que aquilo era muito estranho, eu precisava confiar nos médicos que eu procurava.
Hoje, tendo todo esse conhecimento que eu adquiri, eu fico pensando quantas mães tem seus sonhos arruinados por palavras tão rasas como essas que eu ouvi.
Se você tem o desejo de amamentar seu filho, se você quer ter uma maternidade mais leve, não caia na conversa de gente desatualizada.
Busque conhecimento. Ter conhecimento liberta as mães.
Domine a sua amamentação! Você, sua autoestima, sua autoconfiança e, acima de tudo, o seu bem mais precioso, seu bebê, só tem a ganhar com isso. Seja protagonista da sua história! E, se precisar de uma ajuda para assumir esse papel principal, pode contar comigo. Pode contar com o Mamá Sem Dor!